A questão sobre o que as pessoas totalmente cegas veem é muito mais complexa do que a intuição sugere.
Ao contrário do que muitos pensam, a cegueira não significa necessariamente enxergar apenas escuridão ou “preto total”. De acordo com a National Library of Medicine, a cegueira e a deficiência visual abrangem diferentes graus e percepções, e a maioria das pessoas com deficiência visual mantém alguma capacidade de visão, como a perceção da luz.
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Estima-se que menos de 10% dos cegos totais não percebam absolutamente nenhuma luz. Mesmo entre estes, a experiência visual pode variar muito. Alguns relatam sensações visuais que não correspondem à realidade, como luzes coloridas e padrões brilhantes, resultado do cérebro a tentar compensar a ausência de estímulos visuais reais.
Pesquisas recentes indicam que pessoas cegas, mesmo as que nasceram sem visão, conseguem desenvolver uma compreensão intuitiva da cor, baseada em informações não visuais, como descrições e associações, chegando a construir “teorias” sobre as cores semelhantes às de pessoas que enxergam.
O funcionamento da visão envolve a retina, que capta a luz e envia sinais para o cérebro interpretar imagens conscientes. Quando há cegueira, esta cadeia é interrompida, mas a ausência de visão consciente total é rara, e as percepções podem variar bastante.
Assim, a ideia comum de que pessoas cegas “veem preto” é um mito simplista. Cada experiência é única e depende de fatores como a origem da cegueira, o tempo de vida com a condição e a capacidade do cérebro de criar representações visuais mesmo sem estímulos.
Esta descoberta reforça a importância de compreender a cegueira para além do óbvio, reconhecendo a diversidade das experiências e a capacidade humana de adaptar-se mesmo à ausência da visão.
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