Portugal

O “pior já passou” em Pedrógão Grande

Notícias de Coimbra com Lusa | 10 minutos atrás em 24-08-2025

Os dois incêndios que deflagram no sábado em Pedrógão Grande concentraram-se numa só frente, que evolui na zona de São Vicente, estando a ser combatido pelas 02:30 de hoje por 838 operacionais, apoiados por 270 meios terrestres.

Segundo fonte do comando distrital da GNR de Leiria, porém, “o pior já passou”, o Itinerário Complementar nº 8 (IC8) 8 e a Estrada Nacional nº 2 (EN2) foram reabertos, o primeiro às 23:23 e a segunda cerca de duas horas antes, encontrando-se ainda encerrada a EN350 entre o nó do Outão e Pedrógão Grande.

A mesma fonte acrescentou à Lusa que as aldeias de Marroquil, Torneira, Romão, Agria e Sobreiro já se encontram “livres de perigo”, pelo que as respetivas populações, que tinham sido retiradas para a Derreada Cimeira, devem poder regressar nas próximas horas.

PUBLICIDADE

Por enquanto, sublinhou, porém, “não houve ordem para voltarem”.

O número de operacionais e de meios concentrados no combate a este fogo corresponde, grosso modo, à soma dos recursos envolvidos antes no combate aos dois fogos, confirmou à Lusa fonte do Comando Distrital das Operações de Socorro de Leiria da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

“O combate está a decorrer favoravelmente”, acrescentou a mesma fonte.

Com estes dois incêndios, a população de Pedrógão Grande voltou hoje a ser surpreendida pelas chamas, oito anos depois dos grandes fogos que atingiram aquele concelho.

Os incêndios que deflagraram em 17 junho de 2017 em Pedrógão Grande e que alastraram a concelhos vizinhos provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos a 253 populares, sete dos quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.

O fogo na zona de Piódão – Castelo Branco, o maior ativo desde há vários dias em todo o país, mantinha encerradas, hoje pelas 02:30, a A23 no troço entre Fundão Sul e Castelo Novo, assim como a EN18, segundo fonte do Comando Territorial da GNR de Castelo Branco, que não tinha “qualquer previsão” para quando as duas vias poderão ser abertas.

O combate a este incêndio mantém o maior número de operacionais e meios envolvidos, 1295 e 440 meios terrestres, respetivamente, pelas 02:30, de acordo com o portal na internet da ANPC.

O incêndio que atingiu o concelho do Fundão começou no dia 13 no Piódão, em Arganil, distrito de Coimbra, e tinha ficado sem frentes ativas na sexta-feira, tendo reacendido este sábado.

Ao longo de mais de uma semana, este incêndio de grandes dimensões afetou outros concelhos do distrito de Coimbra, assim como municípios do distrito da Guarda e outros de Castelo Branco.

Às 03:15 de hoje o combate aos fogos em todo o continente envolvia um total de 2.536 operacionais e 827 meios terrestres, sendo que os fogos do Fundão/Castelo Branco, Pedrógão Grande/Leiria e Sabugal/Serra da Estrela concentravam mais de 85% dos recursos envolvidos.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos já provocaram quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss, um helicóptero Super Puma e dois aviões Canadair.

Segundo dados oficiais provisórios, até 23 de agosto arderam cerca de 248 mil hectares no país, mais de 57 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE