Saúde

O perigo de ignorar a sede

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 meses atrás em 20-06-2025

Imagem: depositphotos.com

A velha máxima de “beber dois litros de água por dia” pode ser mais mito do que regra universal. A verdade é que as necessidades de hidratação variam de pessoa para pessoa, dependendo de fatores como idade, peso, alimentação, atividade física e temperatura ambiente.

Segundo o médico de Medicina Geral e Familiar, Ricardo Moutinho Guilherme, consultado pela SIC, a conta ideal não é feita por copos ou garrafas, mas sim pelo peso corporal: 30 a 35 ml de água por quilo de peso. Ou seja, alguém com 70 kg deve ingerir entre 2,1 e 2,5 litros de líquidos por dia — o que inclui água, infusões, sopas e alimentos ricos em água, como frutas e legumes.

Grupos como crianças, idosos e pessoas com doenças crónicas são especialmente vulneráveis à desidratação. Crianças perdem água mais rapidamente; idosos tendem a sentir menos sede. Já em doentes com diabetes, hipertensão ou insuficiência renal, a hidratação deve ser cuidadosamente equilibrada, evitando tanto o excesso quanto a carência.

PUBLICIDADE

Entre os sinais mais comuns de desidratação estão: “boca seca, urina escura ou escassa, tonturas, fadiga e pele seca”.

Mas há sintomas menos evidentes, como alterações de humor, confusão mental (sobretudo em idosos) e até cãibras musculares.

A forma mais simples é observar a urina: clara ou amarelo-pálida é sinal de boa hidratação. Urina escura, espessa ou com odor forte é um sinal de alerta. Ter energia, evacuações regulares e não sentir sede constante também são bons sinais.

Em dias quentes ou de treino físico, perdem-se não só líquidos, mas também minerais como sódio e potássio. Nestes casos, além de água, podem ser úteis: “águas aromatizadas com frutas ou ervas, sumos naturais diluídos, infusões sem açúcar e bebidas isotónicas (com moderação)”.

A recomendação é clara: beba água ao longo do dia, mesmo que não sinta sede, especialmente em dias quentes. A hidratação correta pode prevenir sintomas leves e evitar complicações graves.

“A hidratação é simples, mas poderosa”, reforça o médico Ricardo Moutinho Guilherme.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE