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O “nosso” Eder diz que o “coletivo foi a chave para o momento incrível”

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 10-06-2021

A coesão e entreajuda da seleção portuguesa de futebol foi crucial para a conquista do Euro2016, de acordo com Eder, o herói da final, quando provou ser sempre possível acreditar, ao marcar um dos melhores golos da carreira.

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No dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o protagonista da primeira conquista de um campeonato da Europa de futebol recordou, em entrevista à agência Lusa, a união do grupo comandado por Fernando Santos, que vai defender o título no Euro2020, de sexta-feira a 11 de julho.

Rumou a Moscovo, onde jogou nas últimas quatro temporadas no Lokomotiv, conquistando um campeonato (2017/19), duas Taças da Rússia (2018/19 e 2020/21) e uma Supertaça (2019), mas, apesar disso, e das Taça de Portugal e da Liga, conquistadas ao serviço de Académica, em 2011/12, e Sporting de Braga, na época seguinte, o título mais brilhante foi o do Euro2016.

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“A verdade é que sempre fomos um grupo, talvez numa fase em que as coisas não correram tão bem, em que até estávamos a jogar um futebol razoável, mas os resultados não estavam a sair, e fomos recebendo algumas críticas, mas o grupo percebeu ainda mais que devia estar unido e isso trouxe uma coesão superimportante”, frisou Eder.

Em 2016, Portugal iniciou a competição com três empates, frente a Islândia (1-1), Áustria (0-0) e Hungria (3-3), e avançou para os oitavos de final no terceiro lugar do Grupo F.

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“Unimo-nos muito, tanto os jogadores que não jogavam, como os que jogavam. Acho que os jogadores que não jogavam foram bastante importantes na preparação dos titulares, porque trabalhávamos bem, respeitávamos os outros, e, lá está, éramos um grupo. E então, todos juntos, unidos, iria surgir o tal golo importante para nós, para o grupo”, recordou.

E esse golo importante foi surgindo, sempre, primeiro por Ricardo Quaresma, no prolongamento, frente à Croácia, depois nas grandes penalidades diante da Polónia (5-3, após a igualdade 1-1) e, mais folgadamente, perante o País de Gales (2-0), nas meias-finais.

Na final, Eder resolveu, aos 109 minutos, depois de ter ‘saltado’ do banco, com “um golo fantástico”, mas não inédito na sua carreira.

“Dali? Sim, já tinha conseguido marcar, mas aquele pontapé foi fantástico, pela jogada. Quando recebo a bola e a minha vontade de ir para a baliza e disparar daquela forma… acho que chegou foi um golo fantástico, um dos meus melhores golos”, reconheceu.

Aos 33 anos, Eder, que alinhou na última temporada nos russos do Lokomotiv Moscovo, reteve, além das memórias, quase tudo o que conseguiu desse dia 10 de julho de 2016.

“Guardei praticamente tudo, fiz um NFT [elemento de arte digital] com a minha bota, tenho as camisolas, tenho quase tudo, a rede da baliza onde a bola entrou… por acaso ofereceram-me. A bola não tenho, mas são coisas que me trazem memórias espetaculares. Ainda há pouco tempo, estive a olhar para a rede da baliza e ainda me projeta para aquele dia. É incrível, algo que vai ficar para sempre na minha memória”, admitiu.

O golo decisivo da final, depois de um percurso de vida iniciado no Lar O Girassol, em Coimbra, onde o avançado luso entrou em 1998 e saiu em 2007, com 20 anos, mudou a vida de Eder.

“A forma como as pessoas olham para mim, ou acabaram por olhar para mim, especialmente naquela fase, com muito carinho. Claro que, para mim, é um orgulho enorme fazer parte daquele momento, enquanto equipa, enquanto jogador da seleção nacional, e enquanto vencedor de um campeonato europeu”, reconheceu.

Quando deu o título a Portugal – e o tirou à França –, alinhava no Lille, depois de ter começado no Adémia, passado por Oliveira do Hospital e Tourizense, antes de se afirmar na Académica. Alinhou, depois, no Sporting de Braga e no Swansea até rumar ao emblema que se sagrou este ano campeão francês.

“Especialmente em França, foi um bocado… as pessoas não receberam muito bem. Não entenderam muito bem que eu representava Portugal, representava o meu país, e tinha de defender a seleção. As pessoas não receberam isso muito bem e quando jogava fora insultavam-me bastante, foi um período conturbado, para esquecer”, lamentou.

“Para mim, foi bastante importante por mostrar a vários jogadores que é possível, que não é preciso passar pelos grandes clubes para ter sucesso. Senti também, por todo o percurso, pela fase das críticas, e por ter acabado o Euro com essa consagração, mudaram algumas coisas, nomeadamente a forma como as pessoas olhavam para mim. Conseguir mostrar às pessoas que é possível continuar a acreditar e triunfar, acho que foi a minha maior conquista”, sublinhou.

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