Portugal

O mistério do cavaleiro da Ilha do Corvo que maravilha muitos portugueses

Notícias de Coimbra | 6 meses atrás em 23-11-2024

Já ouviu falar no cavaleiro da Ilha do Corvo? Conheça a misteriosa história que encanta todos os que a conhecem.

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O nosso país tem uma história que abarca diversos séculos. Muito do que aconteceu ao longo da passagem destes quase 900 anos de existência tem sido apresentado por historiadores. 

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No entanto, apesar dos vastos conhecimentos de vários especialistas, há no nosso país alguns mistérios que ficaram por resolver. Um deles será agora apresentado: o mistério do cavaleiro da Ilha do Corvo, que continua a maravilhar muitos portugueses, historiadores e interessados na história de Portugal

A pequena ilha do Corvo, nos Açores, foi encontrada por navegadores portugueses. Foi em meados do século XV que estes chegaram a este destino paradisíaco. A Ilha do Corvo foi avistada em 1452, num contexto em que os nossos navegadores tinham partido de Portugal Continental para navegar e explorar o Ocidente. 

Quando eles colocaram os seus pés nesta terra, depararam-se com algo intrigante. Estes homens encontraram ali uma estátua. Este elemento encontrava-se presente na parte mais alta de um monte. 

A figura de um homem e de um cavalo impressionava. Ambos os elementos desta estátua tinham sido esculpidos no basalto negro vulcânico, que consiste na pedra mãe do substrato da ilha do Corvo.

O cavalo encontrava-se apoiado nas patas traseiras. Além disso, o alazão tinha também as patas dianteiras levantadas no ar. Supostamente, as suas patas apontavam para a frente, para o noroeste. 

Esta construção feita em pedra representava um cavaleiro com traços característicos do Norte de África. Esta estátua equestre impressionou os portugueses. O cavaleiro tinha uma espada num braço que se apresentava erguido e estendia-se para ocidente para onde apontava. Já na mão esquerda, ele segurava a crina do cavalo.

Os marinheiros portugueses eram supersticiosos. Ao depararem-se com esta escultura tê-la-ão visto como um sinal de que deveriam ir nessa direção para descobrirem novas terras.

O que ficou para a posteridade foi uma mão cheia de nada. Da estátua do cavaleiro africano montado no seu cavalo pouco ou nada se sabe. Apenas sobraram lendas. Muitas histórias foram criadas a partir deste episódio histórico em que os navegadores portugueses exploraram a Ilha do Corvo. 

Existem alguns registos sobre este momento da história, nomeadamente nas Crónicas de João III de Portugal da autoria de Damião de Góis (1502-1574), mas nada que resolva o mistério. 

Damião de Góis foi um grande humanista português do Renascimento. No capítulo IX da sua Crónica do Príncipe D. João (que terá sido escrita em 1567, muito tempo depois da descoberta da estátua), ele descreve a estátua como “antigualha mui notável”. 

Além disso, ele relata as circunstâncias em que o inesperado monumento foi encontrado, estando situado no noroeste da pequena ilha, na “Ilha do Marco”, como na época os mareantes chamavam ao local. Ele revela que as impressões relatadas na época eram bastante imperfeitas. Por isso, não se podia saber muito mais sobre ela. 

Terá sido então o Rei D. Manuel I a enviar o escrivão e desenhista Duarte D’Armas ao Corvo. O criativo terá então feito um esboço da construção e o monarca terá decidido mandar à Ilha um homem do Porto que terá estudado o modo de trazer a estátua para a Corte. Ele tinha os meios para realizar essa tarefa.

Supostamente, terá sido por instrução de D. Manuel I que a estátua foi mandada retirar da ilha. A ordem do monarca terá sido que a levassem para a sua Corte. Contudo, não chegou ao monarca, pois, no momento em que se encontrava a ser transportada numa nau, algo sucedeu que levou a que a embarcação que a transportava naufragasse, fazendo com que a estátua desaparecesse. 

A estátua terá ficado partida em pedaços ou estará a embeleza o habitat de tubarões e de outros peixinhos. Infelizmente, do desenho de Duarte D’Armas também nada se sabe, pois o mesmo nunca foi encontrado.

Ora, se a estátua estava por lá quando os navegadores chegaram, quem descobriu verdadeiramente os Açores? Essa é outra questão que fica por resolver. Que povo terá criado a estátua que deu uma preciosa indicação aos portugueses… 

Muitos arqueólogos e historiadores têm procurado respostas para a questão sobre os autores desta estátua. A escultura terá tido origem Cartaginesa ou Fenícia. 

Outros defendem que navegadores da Suécia, Noruega, Islândia poderão ter passado pela ilha. Certo é que para muitos desses especialistas, outros povos passaram pelo arquipélago açoriano, antes dele ter sido visitado pelos navegadores portugueses.

Tenha sido a estátua verdadeira ou não, tenha sido ou não uma mera lenda, certo é que as naus portuguesas continuaram a navegação para oeste. Hoje, sabemos que nessa exploração marítima, Portugal descobriu as Terras de Vera Cruz, um espaço de terra que hoje é parte de um território vasto, com muita riqueza, o Brasil. Na época, como hoje, muitos não esquecem que…

Na ponta da Ilha do Corvo

Houve em tempos uma estátua

Para o Oeste apontava

Novas terras indicava…

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