Cidade

O funcionamento dos ribeiros de floresta apresentado em conferência no Museu da Água

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 05-04-2019

A quarta sessão do ciclo de conferências ‘Rios de Portugal’ decorreu hoje e foi dedicada aos ‘Processos ecológicos e serviços’.

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Verónica Ferreira, investigadora do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, apresentou os ribeiros de floresta onde as comunidades aquáticas obtêm grande parte da energia e dos nutrientes a partir das folhas produzidas pela vegetação adjacente.

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‘A decomposição destas folhas, e a disponibilização dos nutrientes nelas contidos, é um processo fundamental que é mediado por diferentes organismos com papéis complementares, e é sensível a alterações ambientais’, explica a investigadora do MARE.

‘Uma das alterações com potencial para afectar as comunidades aquáticas e os processos por elas desempenhados é a alteração da floresta, nomeadamente a substituição de uma floresta caducifólia mista por plantações de eucalipto’, refere Verónica Ferreira.

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‘Os estudos que temos realizado no centro de Portugal indicam que a diversidade e a abundância de macroinvertebrados são mais baixas em ribeiros de eucaliptal do que em ribeiros que fluem por florestas de carvalhos e castanheiros’, adianta a investigadora, ‘o que tem consequências no modo como estes ribeiros funcionam’.

Outra alteração importante a que os ribeiros estão sujeitos é o aumento dos nutrientes dissolvidos. Segundo a investigadora, ‘o uso excessivo de fertilizantes, associados à remoção da galeria ripária que poderia funcionar como um filtro, leva a um aumento da concentração de nutrientes na água o que afecta as comunidades e os processos aquáticos podendo resultar em eutrofização’.

A investigadora nota que ‘o bom funcionamento dos ribeiros de floresta assegura a prestação de serviços às populações, como por exemplo água de boa qualidade e espaços de lazer, mas estes serviços ficam comprometidos quando as comunidades e os processos aquáticos são afectados pelas actividades humanas’. No entanto, ‘em muitos casos, a presença de vegetação ripária composta por espécies nativas pode ajudar a mitigar o efeito das actividades humanas nos ribeiros’, conclui.

Este ciclo de conferências decorre no âmbito da XXI Semana Cultural da Universidade de Coimbra, é organizado pelo MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e pela PROAQUA – Associação para a Promoção do Conhecimento em Ecologia Aquática e decorre no Museu da Água de Coimbra.

A próxima sessão é já no dia 12 de Abril, pelas 18:00, e abordará as alterações globais dos rios e a sua monitorização ecológica.

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