Região

O Destino do mundo pode estar nestas arcas em Cantanhede

Notícias de Coimbra | 3 meses atrás em 03-09-2025

Na tranquilidade da Coutada do Pisão, em Cantanhede, ergue-se um cabeço misterioso, rodeado de pinhais e grandes pedras que guardam um segredo antigo. Conhecido como o Cabeço da Moira, este local está envolto numa das lendas mais fascinantes da região, transmitida ao longo dos séculos e despertando a curiosidade dos habitantes mais antigos.

Segundo a tradição, o Cabeço da Moira foi, em tempos, o abrigo de um povo peculiar: os Moiros. Este povo, que se dizia viver debaixo da terra, teria sido responsável pela construção da Igreja Matriz de Cantanhede, um feito realizado durante a noite, sem nunca ser visto por ninguém.

A história ainda descreve uma imagem peculiar: era comum encontrar estendais de roupa muito branca estendidos na zona do cabeço, o que atraía a atenção dos que passavam por ali.

PUBLICIDADE

publicidade

Em um desses dias, uma mulher curiosa, ao avistar uma toalha branca no estendal, decidiu pegar nela. No entanto, ao tentar partir com o objeto, começou a ouvir uma voz a chamar, repetindo insistentemente: “larga a toalha, larga a toalha!”. A voz a perseguia enquanto ela fugia, até que o medo a fez desistir e largar a toalha, pondo fim ao som que a atormentava.

Este episódio ficou na memória da comunidade e serviu como uma lição para todos os que, como a mulher, se viam seduzidos pela beleza dos estendais.

Mas a lenda não termina aqui. Conta-se também que os Moiros deixaram três arcas escondidas no interior do cabeço que teriam o poder de decidir o futuro do mundo. Diz-se que, dependendo de qual delas fosse aberta primeiro, o destino da Terra seria selado. Se a arca da água for a primeira a ser aberta, o mundo será inundado; se a do fogo, a Terra será consumida pelo incêndio; e se for a do ouro, a humanidade viverá em grande abundância e prosperidade.

A lenda do Cabeço da Moira permanece viva, como um mistério que fascina todos os que conhecem a região. Com o passar dos anos, ela continua a ser contada de geração em geração, mantendo a magia e o encanto de um passado que, até hoje, ninguém sabe ao certo quando começou.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE