Crimes

Número de novos casos de violência doméstica continua a aumentar em Leiria

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 08-02-2023

 A associação Mulher Século XXI, em Leiria, registou 221 denúncias de novos casos de violência doméstica, um número superior ao do ano passado (199), tendo sido sinalizados dez vítimas homens e 51 imigrantes.

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Os números hoje divulgados pela Mulher Século XXI, uma associação de desenvolvimento e apoio às mulheres, indicam ainda o registo de 82 acolhimentos em 2022, dos quais 45 eram mulheres e 37 dependentes. Este apoio foi prestado a 20 pessoas imigrantes. Em 2021, tinham sido acolhidas 62 vítimas.

“Num momento em que os dados da violência doméstica não parecem estar para diminuir, já que continua a ser visível o aumento destes números, é nossa opinião que será através do aumento das ações de sensibilização que será possível ‘desbravar caminho’”, lê-se numa nota enviada à agência Lusa.

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A associação destaca as iniciativas junto dos mais jovens, que serão os “adultos de amanhã, para que possam “entender que muitos dos comportamentos que exercem uns sobre os outros, não são normais, mas abusivos”.

A Mulher Século XXI integra a Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica e é responsável pelo Centro de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica do Distrito de Leiria, pela Resposta de Acolhimento de Emergência, pelo RAP – Resposta de Apoio Psicológico a crianças e jovens vítimas de Violência Doméstica da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (Gabinete Girassol e gabinetes itinerantes) e pela Linha de Apoio à Vítima Idosa de Violência Doméstica (800 21 03 40).

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Desde o início do seu funcionamento, em outubro de 2021, até final de 2022, o Gabinete Girassol já contou com 131 casos. Em 2022, dos 113 casos novos, 56 são do sexo masculino e 57 do sexo feminino.

No concelho de Leiria 78 casos estão a ter acompanhamento. Pombal e Marinha Grande são os outros concelhos com mais pessoas a ser apoiadas pelo Gabinete Girassol.

A prevalência de escalão etário situou-se entre os 3 e 6 anos e os 7 e 10 anos. “Todos estes casos apresentavam violência psicológica e em 28 situações também violência física”, realça a associação.

“Urge dar continuidade e aperfeiçoar a abordagem integrada ao nível do distrito de Leiria, reunindo municípios, Ministério Público, Instituto da Segurança Social, forças de segurança, instituições da área da Saúde e estruturas de atendimento a vítimas de violência doméstica, com vista a potenciar a colaboração e coordenação de esforços”, adianta o comunicado.

A Mulher Século XXI também defende a capacitação dos técnicos de todas as áreas e entidades, “para a intervenção sobre as diversas manifestações da violência doméstica junto das vítimas em situação de especial vulnerabilidade”.

“Não podemos aceitar que ainda existam casos que não sejam tratados com a seriedade que se exige”, frisa.

“Nunca o trabalho em rede foi tão importante para atingir resultados mais eficientes e eficazes, sendo necessário potenciar estratégias inovadoras na sinalização e intervenção das vítimas de violência doméstica. É preciso empoderá-las. É preciso dar-lhes voz. A violência doméstica é um crime público e isso significa que todos e todas somos responsáveis pela sua denúncia. É um dever, é uma responsabilidade”, salienta a presidente da associação, Susana Pereira.

Segundo a nota, que cita as estatísticas oficiais do portal da violência doméstica da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, durante o ano de 2022, a nível nacional, 28 pessoas foram mortas em contexto de violência doméstica: 24 mulheres e quatro crianças. No período homólogo de 2021 foram assassinadas nas mesmas circunstâncias 23 pessoas (16 mulheres, duas crianças e cinco homens).

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