A depressão pós-parto é um dos maiores desafios enfrentados por mulheres após o nascimento de um filho. Mas este cenário pode estar prestes a mudar graças a uma descoberta científica que promete revolucionar a forma como a doença é diagnosticada e tratada.
Este inverno, uma startup sediada em San Diego (EUA) vai lançar o myLuma, o primeiro teste sanguíneo capaz de prever o risco de depressão pós-parto com mais de 80% de precisão, segundo revelou o portal Live Science. O exame, baseado em biomarcadores genéticos e hormonais, permitirá identificar precocemente as mulheres com maior risco de desenvolver a doença.
A depressão pós-parto costuma surgir nas primeiras semanas após o parto, quando ocorre uma queda abrupta das hormonas estrogénio e progesterona. Esse desequilíbrio provoca alterações químicas e genéticas no cérebro, que agora começam a ser mais bem compreendidas pela ciência.
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“Se fizermos um exame ao sangue, isso levará a psiquiatria ao nível da biologia — algo que qualquer pessoa consegue entender como uma doença real, que precisa de tratamento, e não apenas algo ‘na cabeça’ de alguém”, explica Jennifer Payne, psiquiatra e fundadora da empresa responsável pelo teste.
De acordo com Zachary Kaminsky, investigador do Instituto de Investigação em Saúde Mental da Universidade de Ottawa, este é um passo crucial: “É possível prever quais as mulheres que irão desenvolver depressão pós-parto.”
O avanço representa uma esperança para as 20% a 35% das mulheres que, em todo o mundo, sofrem de depressão pós-parto — uma condição frequentemente subdiagnosticada, mas com impacto profundo na saúde mental da mãe e no desenvolvimento do bebé.
Se o myLuma cumprir o que promete, poderá abrir caminho para uma nova era no acompanhamento pré-natal, onde o diagnóstico preventivo e o tratamento precoce ajudarão a salvar não só vidas, mas também sorrisos.
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