Um percurso pelo Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, que inclui performances de Cláudio Vidal e a apresentação do novo álbum de Ece Canli integram o programa de encerramento da exposição “A Fábrica das Sombras”, no sábado.
A exposição “A Fábrica das Sombras”, que reúne obras de Janet Cardiff e George Bures Miller, foi prolongada por mais um dia e encerrará no domingo.
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No sábado à noite, com curadoria do Jazz ao Centro Clube, inicia-se o percurso pelo mosteiro que inclui performances de Cláudio Vidal e a apresentação do álbum SACROSUN, da artista e investigadora Ece Canli, que consiste num “exercício de composição vocal e paisagismo sonoro que atravessa cosmos imaginários e texturas subterrâneas”, anunciou a organização.
Durante a tarde de sábado, haverá duas visitas mediadas à exposição, “proporcionando uma oportunidade única para uma aproximação guiada à obra de Janet Cardiff & George Bures Miller e ao diálogo íntimo que ela estabelece com a arquitetura e a história do mosteiro”.
O encenador Marco Paiva orientará o ‘workshop’ “Artistas, coletivos e territórios”, durante o qual é proposta “uma reflexão prática sobre criação artística situada e envolvimento com a comunidade”.
No domingo, dia oficial de encerramento da exposição, estarão presentes representantes das três entidades que organizam o Anozero – Bienal de Coimbra, nomeadamente o Círculo de Artes Plásticas, a Câmara e a Universidade de Coimbra.
Segundo a organização, “esta presença sublinha o compromisso conjunto na preservação, ativação e reflexão contínua sobre o património, o território e a criação contemporânea”.
Durante três meses, a exposição que termina no domingo “ativou o mosteiro como espaço de contemplação, escuta profunda e interrogação do presente através das esculturas do som”.
“Obras como ‘The Infinity Machine’ ou ‘The Forty Part Motet’, instaladas entre paredes marcadas pela história, tocaram milhares de visitantes num ambiente onde arte e arquitetura se fundiram de forma rara. A despedida é, assim, mais do que o fim de uma mostra: é um convite a celebrar o poder transformador da arte num dos espaços patrimoniais mais singulares do país”, sublinhou.
Sobre o solo show do Anozero – Bienal de Coimbra, referiu que “tem sido uma rara ocasião para o público experienciar a singularidade de uma dupla que, com os seus ambientes sonoros imersivos, ocupa um lugar central no panorama da arte contemporânea internacional”.
“Pela primeira vez em apresentação individual em Portugal, os artistas canadianos transformaram o mosteiro num espaço vibrante de escuta, memória e presença sensorial”, frisou.
Para Carlos Antunes, diretor do Anozero e do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, “A Fábrica das Sombras” não foi apenas uma exposição: “Foi um novo capítulo na narrativa longa e em construção que é o Anozero”.
“Cada edição e cada solo show são episódios que dialogam com o passado e projetam o futuro. Este projeto, em particular, ressoou profundamente junto do público, aproximando-nos da meta dos 15 mil visitantes e demonstrando uma notável diversidade de públicos, desde especialistas até famílias e turistas, nacionais e estrangeiros”, afirmou, numa declaração à agência Lusa.
O responsável referiu que “o projeto teve um eco significativo na imprensa estrangeira, o que reforça a centralidade que Coimbra vai ganhando no mapa da arte contemporânea”.
“Esta projeção só é possível graças ao trabalho conjunto com a Universidade de Coimbra e a Câmara Municipal, que têm sido parceiros fundamentais na afirmação da Bienal como um lugar de encontro entre o património e a criação contemporânea”.
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