Política

Nova presidente da Câmara de Coimbra promete transformar SMTUC em empresa municipal

Notícias de Coimbra com Lusa | 56 minutos atrás em 13-10-2025

Imagem: Facebook

A presidente eleita da Câmara de Coimbra afirmou hoje que quer a cobertura de todas as freguesias pelos transportes urbanos no espaço de dois anos, admitindo que a transformação em empresa municipal já em 2026 será difícil.

“Eu diria que um ano, dois anos é tempo de suficiente [para levar os transportes urbanos a todas as freguesias]. Não precisamos de quatro anos para andar aqui a simular que resolvemos o problema que está por resolver há muito tempo”, afirmou Ana Abrunhosa, eleita presidente da Câmara de Coimbra pela coligação Avançar Coimbra (PS/Livre/PAN), derrotando o atual autarca, José Manuel Silva, que concorria por uma coligação liderada pelo PSD.

Apesar de apontar esse prazo, a ex-ministra admitiu que essas mudanças “não são fáceis de fazer”, recordando que para chegar a todas as freguesias será também necessário concluir o estudo avançado pelo atual executivo que articula a rede dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) com o ‘metrobus’ (autocarros elétricos em via dedicada).

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Esse estudo irá ajudar na redefinição de linhas dos SMTUC, aclarou, considerando que o fim de algumas rotas que se sobrepõem poderá libertar meios para as freguesias que não são servidas ou mal servidas.

Para atingir esse objetivo de chegar a todas as freguesias, também será importante avançar com a transformação dos SMTUC numa empresa municipal – medida também defendida pelo atual executivo -, disse.

Ana Abrunhosa reconheceu que essa transformação dos SMTUC não é fácil, mas vincou que será esse o passo que irá tomar para valorizar as carreiras dos motoristas.

A ex-ministra recusa continuar as negociações com o Governo para a reposição da carreira de motorista, porque abre “uma caixa de Pandora” e cria exceções, compreendendo que nem o Governo PS nem o Governo liderado pela AD o tenham feito.

Para a presidente eleita, a criação de uma empresa municipal resolveria esse problema das carreiras, deixando de estar dependente da vontade do Governo.

Ana Abrunhosa salientou que pretende que seja assegurado assento dos trabalhadores no conselho de administração da futura empresa municipal.

Questionada sobre as empreitadas ainda em curso do ‘metrobus’, Ana Abrunhosa afirmou que as obras “são para respeitar”, mas que pretende estar muito atenta “à gestão da obra em espaço público”, criticando situações em que há frentes de obra paradas sem razão aparente.

Sobre o abate previsto de árvores na rua Lourenço Almeida Azevedo, a ex-ministra disse que fará tudo “para as tentar salvar”, mas que não irá pedir um novo estudo fitossanitário, recusando “usar demagogia” neste tema.

“O que eu li é que há árvores em risco. Vamos perceber o que é que podemos fazer. Vamos perceber o que é que podemos fazer e tentar minimizar”, disse, referindo que as árvores abatidas poderão ser compensadas com a plantação de outras árvores já “de porte elevado”.

Ainda na área da mobilidade e urbanismo, a presidente eleita promete avançar no início do seu mandato com uma reunião com a Infraestruturas de Portugal (IP) para abordar o Plano de Pormenor da Estação Intermodal, assegurando que “não haverá ponte” nova do IC2, como era defendido pelo atual executivo.

“Esgotaremos todas as outras hipóteses para retirar carros da cidade”, disse.

Ana Abrunhosa afirmou que vai transformar ruas de dois sentidos num só (dando o exemplo da rua do Brasil), vai tirar duas vias no mesmo sentido em várias situações, alargar passeios e criar mais ciclovias.

A coligação Avançar Coimbra (PS/Livre/PAN) venceu a Câmara Municipal com 42,14% dos votos (cinco mandatos), seguindo-se a coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/IL/Nós, Cidadãos!/PPM/Volt/MPT), de José Manuel Silva, com 37,84% (cinco mandatos), e o terceiro é o Chega (um mandato, que elege pela primeira vez), com 8,17% dos votos.

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