Está maior, é mais rápida, pode voar e já chegou às nossas casas. A barata americana (Periplaneta americana), uma das pragas urbanas mais invasivas e difíceis de controlar, está a espalhar-se silenciosamente por Portugal.
Sobretudo nas zonas costeiras e urbanas, como Lisboa, Porto, Setúbal, Faro e Coimbra, dá conta o N Cultura.
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Com uma presença já dominante em 88% do território espanhol, esta espécie — que pode medir até 5 centímetros, viver até 15 meses e pôr centenas de ovos — encontrou no nosso clima ameno e húmido o ambiente ideal para proliferar.
“É uma das espécies mais difíceis de eliminar e uma das mais invasivas das últimas décadas”, alerta a empresa de controlo de pragas Anticimex.
A Periplaneta americana vive nos esgotos, infiltra-se por pequenas aberturas, resiste a pesticidas, sobrevive sem alimento durante semanas e pode até voar curtas distâncias. Como espécie noturna, passa despercebida — e quando é vista durante o dia, é sinal de que a infestação é séria.
Além do desconforto visual, representa um risco real para a saúde pública: transporta bactérias, fungos, vírus e parasitas, podendo contaminar alimentos, utensílios e superfícies. O risco é particularmente elevado para crianças, idosos e pessoas com alergias respiratórias.
“A presença de baratas num espaço habitado é um alerta sanitário. É urgente agir assim que surgem os primeiros sinais”, alerta a Associação Espanhola de Entomologia.
Especialistas recomendam “selar todas as fendas e aberturas, evitar lixo ou alimentos expostos, proteger ralos e canos com vedação adequada, manter garagens, caves e arrecadações secas e limpas e recorrer a serviços profissionais de desinfestação ao menor sinal de infestação”.
A barata americana já se instalou em 44 das 50 províncias espanholas, incluindo as ilhas Canárias e Baleares. Em Portugal, o avanço é lento, mas imparável — uma guerra urbana silenciosa, com consequências sérias se não forem tomadas medidas urgentes.
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