Coimbra

Nova companhia de teatro criada em Coimbra

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 17-06-2022

Uma companhia recentemente criada em Coimbra quer fazer nascer na cidade um polo de teatro do improviso e expandi-lo, a partir do final do ano, a outros municípios da região Centro, disse o mentor do projeto.

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O novo grupo, intitulado Coimbra Impro, foi formado em janeiro e está sediado na Casa das Caldeiras – um espaço propriedade da Universidade de Coimbra concessionado a um grupo de empresários locais – que é o local de ensaios da companhia de cerca de 20 pessoas.

O mentor do projeto é o ator e encenador brasileiro Zeca Carvalho, especialista em teatro do improviso, que, depois de ter contactado com a realidade portuguesa em 2018 e 2019 – centrada em grupos das zonas de Lisboa e Porto – voltou ao Brasil e regressou, dois anos mais tarde, em finais de 2021, decidido a desenvolver aquela área na região Centro de Portugal, fixando-se em Coimbra.

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“Queremos fazer da Casa das Caldeiras uma sede de teatro do improviso em Coimbra, porque daqui pretendemos expandir para outros lugares, outros concelhos e distritos. E implementá-lo definitivamente no Centro de Portugal, dando ao teatro de improviso mais um ponto de referência, além dos de Lisboa e Porto”, disse à agência Lusa Zeca Carvalho.

Em Coimbra, onde está atualmente a fazer um segundo doutoramento, Zeca Carvalho ligou-se ao Teatro dos Estudantes da Universidade (TEUC), a quem deu formação na área do improviso, a exemplo do Colégio de São Teotónio, que possui um curso profissional de teatro, mas constatou que “não havia um grupo a trabalhar sistematicamente o teatro de improviso”.

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Abriu, então, um processo de seleção, “com entrevistas sem dizer ao que ia”, para as quais convidou “várias pessoas da cidade que convidaram outras”, sem que a experiência de representação teatral fosse obrigatória.

“Interessava era a vontade”, contou Zeca Carvalho, revelando que, desde janeiro, passaram pelo grupo entre 30 a 35 pessoas, até a Coimbra Impro ter estabilizado nas 18 a 20 pessoas atuais, responsáveis por um espetáculo “que tem relação com o fado e o fado improvisado”, revelou.

Para já, o plano passa pela realização de duas antestreias, “ensaios gerais com público” no final do mês, na Casa das Caldeiras, para então avançarem para a estreia do primeiro espetáculo em meados de julho.

“O nosso grupo está nos primeiros passos, estamos a ensaiar desde a segunda quinzena de janeiro, algumas pessoas juntaram-se a nós em março e abril, mas dentro de pouco tempo teremos um resultado para mostrar. Não vai ser ótimo, não vai ser perfeito, mas ao longo deste ano acredito que vamos alcançar um patamar de excelência, que vai ser memorável para o teatro do improviso em Portugal”, argumentou Zeca Carvalho.

O projeto da Coimbra Impro passa por desenvolver três modalidades diferentes de espetáculo.

“Uma competitiva [há campeonatos de improviso, quer dentro das próprias companhias, quer umas contra as outras], outra com cenas curtas e médias demonstrativas, e uma de formato longo, autoral, totalmente inventado por nós”, sublinhou o ator.

Frisou ainda que “por menor que seja a dimensão do público”, o grupo pretende apresentar-se ao longo do verão “de forma regular” e, no final do ano, ter um “repertório consolidado” com o qual possa apresentar-se na região Centro “e começar esse movimento de expansão do teatro do improviso para fora de Coimbra”, disse Zeca Carvalho.

O grupo teatral tem trabalhado “de forma muito intuitiva”, num processo de criação colaborativo e de construção coletiva.

“Eu não imponho nada, só faço sugestões, vejo o que vai funcionando, chamo a atenção para os eventuais problemas, aponto os principais pontos fortes e mantemos os pontos fortes para o ensaio seguinte. Todos são coautores, eu assino a direção só por uma questão de antiguidade porque, na verdade, considero que a nossa encenação é conjunta, estamos a trabalhar de uma forma muito coesa e estamos a tornar-nos amigos, mais do que qualquer coisa. E isso é fundamental no teatro de improviso, a integração entre os participantes”, enfatizou.

Praticamente desconhecida, por agora, é a receção que poderão esperar do público de Coimbra, que será chamado a participar no espetáculo.

“A primeira coisa que esperamos do publico é que nos diga como interagir com ele, isso vamos entender aos poucos. As nossas sugestões vão ser palavras, pequenas frases, uma profissão, um sítio, um país e à medida que vamos entendendo mais o público, vamos passar para as entrevistas para entender como funciona o público de Coimbra”.

Por outro lado, findo o verão, com a chegada dos estudantes universitários para um novo ano letivo, “de um mês para o outro o público vai rejuvenescer 20 ou 30 anos”, notou.

A médio prazo, a Coimbra Impro pretende encenar um espetáculo em inglês, não só para que possa ser compreendido por turistas estrangeiros, mas também para eventuais apresentações internacionais, bem como em espanhol, face à comunidade de latino-americanos e espanhóis existente em Coimbra.

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