Justiça

Noite mortal na Figueira da Foz: Marco foi envenenado e atirado ao Mondego por familiares que vão conhecer pena

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 15 minutos atrás em 10-12-2025

Imagem: DR

Os quatro cidadãos portugueses acusados da morte de Marco Santos, ocorrida em agosto de 2021 na Figueira da Foz, conhecem esta quarta-feira, 10 de dezembro, a sentença no Tribunal da Cidade do Luxemburgo.

O Ministério Público luxemburguês pede prisão perpétua para três dos arguidos, considerando a alegada gravidade dos factos que lhes são imputados.

PUBLICIDADE

publicidade

Segundo a acusação à qual o Correio da Manhã teve acesso, Rosa Dias é apontada como a principal responsável pela morte do namorado, alegadamente com a participação da mãe, Maria Clara, do companheiro desta, João, e do filho mais velho de Rosa, Marco António. Todos residiam no Luxemburgo. O Ministério Público defende que o grupo teria atuado motivado pela possibilidade de dividir um alegado seguro de vida em nome da vítima — seguro que, segundo as autoridades, não existia.

PUBLICIDADE

O crime terá ocorrido na noite de 4 de agosto de 2021, quando a família se encontrava de férias na Figueira da Foz. De acordo com o processo, Rosa, Maria Clara e João terão dado a beber a Marco um licor misturado com pesticida e comprimidos para dormir. Marco, então inconsciente, teria sido transportado num automóvel e posteriormente lançado às águas do Rio Mondego. A autópsia concluiu que o homem, de 45 anos, morreu por envenenamento e afogamento. O corpo foi encontrado horas depois.

Após a morte da vítima, Rosa terá levantado 7 mil euros através dos cartões bancários de Marco. A acusação indica ainda que os suspeitos terão publicado uma mensagem na conta de Facebook do homem, na qual este alegadamente anunciava que ia abandonar Rosa para reatar uma antiga relação em Portugal. A irmã de Marco, emigrada no Luxemburgo, recebeu também uma mensagem enviada do telemóvel da vítima, afirmando que sofria de uma doença grave e teria pouco tempo de vida. Desconfiada, apresentou queixa pelo desaparecimento.

O Ministério Público luxemburguês abriu inquérito em 7 de setembro de 2021, com a investigação a cargo da Polícia Judiciária do Luxemburgo, em cooperação com a PJ portuguesa.

As detenções ocorreram a 9 de março de 2022. Rosa Dias, hoje com 47 anos, Maria Clara, 66, e João, 56, estão em prisão preventiva desde então e respondem pelos crimes de associação criminosa, homicídio, envenenamento premeditado e roubo, podendo ser condenados a prisão perpétua. Já Marco António, de 27 anos, filho de Rosa, está em liberdade e cumpre um programa de reabilitação por consumo de drogas. É acusado de envolvimento na alegada conspiração, mas não de participação direta no homicídio, motivo pelo qual os procuradores pedem uma pena mais leve.

A sentença será conhecida ao longo do dia de hoje.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE