Nininho Vaz Maia está entre os cinco arguidos constituídos no âmbito da ‘Operação Skys4all’, uma investigação da Polícia Judiciária (PJ) que visa desmantelar uma rede transnacional de tráfico de droga.
Segundo fonte ligada ao processo, os investigadores acreditam ter reunido “provas suficientes” para responsabilizar o artista pela sua presumível ligação a um esquema que transportava cocaína por via aérea da América do Sul para território nacional.
As suspeitas que recaem sobre o cantor surgem a partir de comunicações intercetadas na aplicação encriptada Sky ECC, um sistema utilizado por redes criminosas e desmantelado em 2023 numa operação europeia de larga escala. Este tipo de provas já serviu de base para várias condenações noutros países, incluindo a do conhecido narcotraficante português Rúben “Xuxa” Oliveira, condenado a 20 anos de prisão.
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Na terça-feira, a PJ levou a cabo mais de 30 buscas, tanto domiciliárias como a empresas e armazéns, no âmbito desta operação. Além de Nininho Vaz Maia, foram constituídos mais quatro arguidos, todos sob termo de identidade e residência. Os dois detidos chegaram mesmo a ser ouvidos em tribunal, tendo sido libertados após o primeiro interrogatório no Tribunal de Loures. A medida de coação aplicada foi a mais leve possível, o que, segundo Carlos Melo Alves, advogado do cantor, “é reflexo da fragilidade dos indícios recolhidos”.
Inicialmente levantou-se a possibilidade de uma acusação por branqueamento de capitais, devido aos valores elevados detetados nas contas bancárias de Nininho Vaz Maia. Contudo, essa tese foi entretanto afastada pelas autoridades. O próprio justifica os montantes com receitas provenientes da sua carreira musical e mantém a agenda de concertos: a próxima atuação está marcada para este sábado, na Queima das Fitas do Porto.
Enquanto os arguidos aguardam o desenrolar do processo em liberdade, a PJ continua no terreno à procura de Mauro Wilson, alegado cabecilha da organização criminosa. O advogado deste, Paulo Mendes Santos, garante que o seu cliente “não está em fuga”, pode ler-se no Correio da Manhã.
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