Quando o inverno chega, a Serra da Estrela transforma-se num dos destinos mais mágicos do País.
Enquanto o resto de Portugal se esconde da chuva, o ponto mais alto do território continental veste-se de branco, revelando vales glaciais, aldeias fumegantes e paisagens que parecem saídas de um postal.
No coração do Parque Natural da Serra da Estrela, classificado como Geoparque Mundial da UNESCO, o frio traz silêncio, beleza e uma ligação profunda às tradições serranas.
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A viagem começa na Covilhã, porta de entrada para a montanha e cidade marcada pela história dos lanifícios e pela criatividade contemporânea. No Museu dos Lanifícios, instalado em antigas fábricas, revela-se o passado industrial da região, enquanto os murais do projeto WOOL dão cor às ruas mais antigas.
Daqui segue-se rumo à Torre, a 1993 metros de altitude. Em dias descobertos, a vista estende-se até Espanha. Nas lojas locais, destacam-se o queijo da serra, os enchidos e o burel, revela a Deco. Quando neva, há zonas para brincar, fazer trenós e, se as condições permitirem, visitar a Estância de Ski da Serra da Estrela.
A descida pela montanha leva ao Covão d’Ametade, um dos lugares mais fotogénicos da serra, onde o rio Zêzere corre entre árvores brancas e gelo. Mais abaixo surge Manteigas, vila de casas de granito, chaminés acesas e sabores genuínos. Aqui respira-se a tradição: do queijo ao pão de centeio, passando pelo burel artesanal da Burel Factory.
A rota continua por Seia, com paragem obrigatória no Museu do Pão, e segue até ao Sabugueiro, uma das aldeias mais altas de Portugal, onde o inverno torna as ruas quase silenciosas, mas a vida serrana mantém-se forte nas lareiras acesas. Próxima dali está a Lagoa Comprida, ponto de partida para o famoso trilho do Covão dos Conchos, cenário ainda mais enigmático quando coberto de neve.
A viagem termina em Loriga, aldeia encaixada num vale glaciar de cortar a respiração. Conhecida pela praia fluvial no verão, no inverno torna-se num refúgio tranquilo, ideal para caminhar pelas ruas de granito e admirar o anfiteatro natural que a envolve.
Mesmo adormecida pelo frio, a Serra da Estrela continua viva nas paisagens grandiosas, nos sabores tradicionais e nas histórias de montanha que resistem há séculos. Um destino onde o inverno se revela em toda a sua beleza.
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