Política

Negócios entre China e Portugal têm potencial de crescimento

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 14-07-2021

O presidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau disse hoje à Lusa que os negócios entre Portugal e a China têm potencial de crescimento, ainda que até maio o comércio bilateral tenha registado um aumento de cerca de 18%.

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“Sem pandemia podiam ter sido melhores”, afirmou Carlos Álvares, acrescentando que ainda assim em 2020, ano em que a pandemia se fez mais sentir em termos económicos, já se tinha verificado um crescimento homólogo.

As trocas comerciais aumentaram 4,82% em 2020, para 6,9 mil milhões de dólares, de acordo com dados oficiais no portal do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portuguesa (Macau), com base nas estatísticas dos Serviços de Alfândega chineses.

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Em termos de investimento entre os dois países, explicou Carlos Álvares, há ainda uma disparidade grande entre os dois: a China investe cerca de 75 vezes mais do que Portugal.

À margem do Seminário sobre o Estado de Investimento e Desenvolvimento das Relações Luso-Chinesas no âmbito da covid-19, a consultora especial da MdME Lawyers Un I Wong disse à Lusa que as dificuldades de circulação entre os dois países, assim como restrições as restrições fronteiriças impostas no regresso à China têm causado uma redução geral nos investimentos.

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Há investidores que “investem mesmo sem ver os imóveis”, disse, ainda que tenha sentido, “em geral, uma redução de investimentos”.

“O interesse está lá”, frisou a também vice-presidente da Associação de Jovens Empresários Portugal-China, mostrando-se confiante que muitos negócios se concretizarão após a pandemia.

Até lá, a responsável disse que tem verificado que muitos projetos em curso têm sido “adiados e alguns cancelados, por causa da incerteza” e que os investidores estão “mais prudentes e cautelosos”.

Para além da pandemia, detalhou Un I Wong, tem-se registado nos últimos tempos “cada vez mais restrições por parte do Governo Central para investimento para fora da China”.

Também à margem deste seminário realizado no Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, no antigo território administrado por Portugal, o presidente da CESL Asia, António Trindade, afirmou à Lusa que prevê “um aumento de potencial de valor à relação económica entre Portugal e China”.

Na sua opinião, “as exigências de valor acrescentado e a aversão ao risco aumentou o potencial de atividades económicas que têm maior credibilidade estabelecidas”, num contexto em que há uma mudança estrutural na economia chinesa e de restruturação do sistema financeiro, investimento estrangeiro e das próprias empresas estatais.

Numa outra via complementar, frisou, a China pode utilizar Macau para atrair mais investimento em Portugal e consequentemente, via Portugal, aumentar o investimento na Europa.

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum de Macau.

Este Fórum tem um secretariado permanente, reúne-se a nível ministerial a cada três anos e integra, além da secretária-geral e de três secretários-gerais adjuntos, oito delegados dos países de língua portuguesa, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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