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Música pode tornar o cérebro imune à dor?

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 5 minutos atrás em 29-09-2025

Um novo estudo revela que o cérebro dos músicos responde de forma diferente à dor, sugerindo que o treino musical cria uma espécie de proteção cerebral contra os efeitos negativos habituais da dor.

A investigação, conduzida por Anna M. Zamorano, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, acompanhou 40 participantes, entre músicos e não músicos, para analisar como o cérebro reage à dor induzida na mão. Para isso, os cientistas utilizaram fator de crescimento nervoso, uma proteína que provoca dor temporária de forma segura, e aplicaram estimulação magnética transcraniana (EMT) para mapear a atividade cerebral e o controlo da mão, pode ler-se no Videnskab.

Os resultados mostraram que, mesmo antes da indução da dor, os músicos tinham mapas cerebrais da mão mais refinados. Após a exposição à dor, os músicos relataram menos desconforto e mantiveram os mapas cerebrais intactos, enquanto nos não músicos os mapas encolheram após apenas dois dias de dor. Surpreendentemente, quanto mais horas de treino musical os participantes tinham acumulado, menor era a dor sentida.

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Estudos anteriores já demonstraram que o treino musical melhora destreza motora, memória, fala e linguagem, além de ajudar a manter o cérebro mais jovem. Este estudo acrescenta um novo benefício: a música pode alterar a forma como sentimos dor, fortalecendo áreas do cérebro ligadas ao controlo motor e à percepção sensorial.

Embora não signifique que a música cure dor crónica, os resultados sugerem que a experiência a longo prazo e o treino constante podem moldar a percepção da dor, abrindo portas para futuras pesquisas sobre como hábitos e atividades cerebrais podem influenciar a resposta a lesões e desconforto.

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