Saúde

Mulheres precisam de dormir mais que os homens

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 horas atrás em 28-10-2025

Imagem: Pexels

Por questões biológicas e sociais, muitas mulheres necessitam de mais do que as tradicionais oito horas de sono por noite, revelam especialistas e histórias de vida de diversas partes do mundo.

Estudos indicam que, em média, as mulheres dormem entre 11 a 13 minutos a mais por noite do que os homens e podem precisar de até 20 minutos adicionais para sustentar funções complexas do dia a dia, como regulação emocional, multitarefa e manutenção do ciclo menstrual.

Durante o ciclo menstrual, alterações hormonais influenciam o sono. Na fase folicular, o aumento do estrogénio melhora a qualidade do sono e aumenta a fase REM, ligada aos sonhos e à memória. Já na fase lútea, o aumento da progesterona provoca sonolência, despertares noturnos e até 27% menos sono profundo.

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Sana Akhand, ex-diretora de recursos humanos em Nova Iorque, contou que a falta de sono a levou a abandonar o emprego devido ao impacto na saúde mental. Hoje, afirma que dormir nove horas por noite é inegociável para o seu bem-estar. Shantani Moore, coach de inteligência corporal em Los Angeles, organiza a sua rotina conforme o ciclo menstrual, afirmando que a privação de sono compromete atenção, decisões e relações pessoais.

Fatores sociais também contribuem para a privação de sono. Sabrina, residente em Karachi, afirma que precisa de até 12 horas de sono para se sentir descansada, mas muitas vezes consegue apenas seis a sete horas devido às exigências do trabalho e da vida doméstica. Nos fins de semana, compensa com longas sestas.

Para especialistas, esse cenário não é apenas individual. “As mulheres sofrem mais com perturbações relacionadas com horários de trabalho, turnos e exigências sociais”, explica Emerson Wickwire, especialista em sono da Universidade de Maryland. Clara Paula, profissional autónoma em Berlim, conta que horários flexíveis permitem-lhe dormir mais quando necessário, mantendo a qualidade do sono.

A fisiologia feminina exige mais sono profundo (N3) e sono REM, o que reforça a necessidade de descanso de maior qualidade. Segundo Julio Fernandez-Mendoza, psicólogo do sono e investigador clínico nos EUA, a maior necessidade de sono está ligada à resiliência biológica feminina, garantindo que o corpo funcione mesmo em situações de maior esforço, como a gravidez, pode ler-se no ZAP.

Apesar dessa capacidade, as mulheres apresentam sintomas de insónia com o dobro da frequência dos homens, uma tendência que se inicia já na puberdade. Dormir até mais tarde nos fins de semana pode aliviar a sonolência, mas não reverte totalmente os efeitos acumulados da privação de sono sobre a saúde e a cognição.

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