Um caso impressionante de negligência médica veio à tona na Índia, após uma mulher viver quatro anos com dores intensas e uma anca inchada, provocadas por algo absolutamente inesperado: uma esponja cirúrgica esquecida dentro do seu corpo.
O episódio remonta a 2010, quando a mulher, então com 34 anos, foi submetida a uma cesariana de emergência fora da Índia. Desde então, começou a queixar-se de dores persistentes no lado direito da parte inferior do abdómen — mas os médicos da altura minimizaram os sintomas, atribuindo-os às dores pós-operatórias normais, explica a Live Science.
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No entanto, o desconforto não desapareceu. Pelo contrário: um caroço começou a formar-se, acompanhado de dor crescente, durante anos. Foi apenas em 2014, já com 38 anos, que a mulher procurou atendimento médico especializado num hospital em Nova Deli, capital da Índia.
Após vários exames — ultrassonografia, tomografia e até uma ressonância magnética — os médicos continuavam sem conseguir identificar com clareza o que estaria dentro da massa abdominal. Suspeitaram de tudo: desde um quisto mesentérico benigno até uma possível infeção por ténia, adquirida por ingestão de alimentos contaminados.
A situação só foi esclarecida durante uma cirurgia para remoção da massa, que já estava fundida ao intestino delgado. O quisto media cerca de 20 centímetros e, no seu interior, a equipa médica encontrou algo insólito: uma esponja cirúrgica esquecida há quatro anos, provavelmente durante a cesariana.
Segundo os médicos, o corpo humano reagiu ao objeto estranho encapsulando-o num quisto, como mecanismo de defesa. Por ter sido uma esponja estéril, não causou infeção, o que atrasou ainda mais o diagnóstico correto.
As esponjas são ferramentas comuns em cirurgias, utilizadas para absorver sangue. Porém, após ficarem saturadas, podem passar despercebidas entre os tecidos, especialmente em procedimentos de emergência. Neste caso, o erro só foi detetado após anos de sofrimento injustificado.
A paciente foi submetida a uma cirurgia de remoção da esponja e parte do intestino, recuperando com sucesso e recebendo alta sete dias depois.
Este caso extremo levanta sérias questões sobre protocolos cirúrgicos e segurança hospitalar, especialmente em contextos de emergência. Fica o alerta: um simples erro pode transformar anos de vida em dor crónica e sofrimento evitável.
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