A jovem de 16 anos atropelada a 16 de maio por um carro conduzido por Maria João Faustino, mulher do presidente da Câmara de Esposende, Guilherme Emílio, esteve 16 dias internada no Hospital de São João, no Porto.
A vítima sofreu graves lesões na cabeça, com particular incidência junto a um olho, e fraturas em dois pontos distintos numa perna. Já foi submetida a duas cirurgias e continua em processo de recuperação.
PUBLICIDADE
O acidente aconteceu pouco depois das 8:00 da manhã, na ponte Eiffel, quando a jovem foi colhida pelo BMW da esfera pessoal do autarca, conduzido pela mulher deste, que seguia para o trabalho. A vítima foi projetada e ficou desamparada no chão, sem que a condutora parasse para prestar auxílio.
Só várias horas depois, já após circular nas redes sociais um apelo para identificar o condutor que atropelara uma menor e fugira, é que Maria João Faustino se apresentou no comando da PSP de Viana do Castelo, acompanhada de um advogado, indicando que “poderia ter sido ela” a responsável pelo atropelamento. Justificou que não teve a perceção de ter atropelado uma pessoa, pensando tratar-se da colisão com um poste, informa o Correio da Manhã.
Até à data, nem a condutora nem o autarca contactaram a família da jovem. O caso está agora nas mãos do Ministério Público, que investiga um possível crime de omissão de auxílio. A PSP já realizou peritagens ao veículo e ao local do acidente, estando também a analisar imagens de videovigilância que podem ajudar a esclarecer as circunstâncias do atropelamento.
Em julho, em declarações àquele jornal, a Câmara Municipal de Esposende defendeu o presidente, considerando que o caso “é um ataque político promovido pela oposição”, com “o claro propósito de afetar a imagem pública” de Guilherme Emílio, que se recandidatou à presidência pelo PSD.
PUBLICIDADE