O Mosteiro de Lorvão, classificado como Monumento Nacional desde 1910, é um dos marcos históricos e culturais mais importantes de Penacova.
Acredita-se que a fundação do Mosteiro remonta ao século VI, com a paróquia suevo-visigótica de “Lurbine”, tendo o abade Lucêncio como primeiro responsável, figura presente no Concílio de Braga de 561.
A partir de 878, após a Reconquista de Coimbra, surgem os primeiros documentos escritos que comprovam a importância do Mosteiro, ligado ao repovoamento e desenvolvimento agrário da região, conta-nos o site da Câmara de Penacova.
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Ao longo dos séculos, Lorvão passou por diversas fases: inicialmente ocupado por monges eremitas de Santo Agostinho, depois beneditinos, e a partir de 1200 integrado na Ordem de Cister, tornando-se feminino sob influência de D. Teresa, filha de D. Sancho I. As abadessas de alta linhagem, como D. Catarina de Eça e D. Bernarda de Alencastre, nos séculos XIV e XVIII, enriqueceram o Mosteiro com obras de arte e remodelações arquitetónicas de estilo renascentista e barroco.
Entre os destaques artísticos estão o cadeiral em jacarandá preto e nogueira, considerado o mais espetacular de Portugal, o órgão de duas fachadas do século XVIII, os túmulos de prata das Santas Teresa e Sancha, e as grandes telas de Pascoal Parente representando São Bento e São Bernardo.
O claustro, com capelas devocionais do século XVII, e a porta de entrada em pau-preto com aplicações em bronze dourado são outros pontos altos da visita.
Após a Revolução Liberal e a extinção das ordens religiosas em 1834, o Mosteiro sofreu depredações e viu a última freira falecer em 1887. Grande parte do seu acervo artístico foi disperso por museus nacionais, incluindo o Museu Nacional de Machado de Castro e a Biblioteca da Universidade de Coimbra.
O Museu do Mosteiro de Lorvão, criado em 1921, exibe peças de arte sacra, paramentaria, esculturas e objetos litúrgicos, incluindo um Cristo Crucificado do século XV e um véu da píxide único no mundo, usado por uma abadessa após autorização papal.
Agora, o Mosteiro de Lorvão permanece como um símbolo do património cultural, religioso e artístico de Penacova, oferecendo aos visitantes uma viagem única pela história de Portugal e pela riqueza artística de um dos cenóbios mais emblemáticos do país.
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