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Morreu o conimbricense Fernando José Rodrigues. Era escritor, ator, encenador e professor
O escritor, ator, encenador, tradutor e professor Fernando José Rodrigues, de 68 anos, natural de Coimbra e há vários anos a residir em Leiria, morreu hoje, anunciou o presidente do município.
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Gonçalo Lopes, numa publicação na rede social Facebook, lamentou “com enorme pesar a triste” notícia do falecimento de Fernando José Rodrigues, personalidade “com um longo e rico percurso ligado ao associativismo e à cultura, em especial no concelho de Leiria, onde residia”.
Natural de Coimbra, onde nasceu a 21 de dezembro de 1956, Fernando José Rodrigues cresceu em Castanheira de Pera e fixou-se em Leiria nas últimas décadas, desenvolvendo na cidade vários projetos culturais.
Um dos mais recentes foi a criação do grupo “O Gato – Palavras de Sobra”, que presidia, estrutura em que também era dramaturgo, encenador e ator.
O vice-presidente do grupo de teatro, Zetó Antunes, disse à agência Lusa que o desaparecimento do fundador foi “uma completa surpresa” e deixa “um enorme vazio”.
“Ainda estamos ‘zombies’ com a notícia. Ele estava com problemas de saúde, mas ninguém esperava que fosse assim fulminante”, afirmou, admitindo que será preciso “considerar muito bem o que vai ser o futuro do grupo”.
O também ator recorda Fernando José Rodrigues como alguém “muito criativo”, que “escrevia teatro e livros e fazia espetáculos musicais e livros”.
“Ele era a alma e a força motriz. Era uma força congregadora da criatividade do grupo. Vai fazer muita falta”, lamentou.
No percurso como escritor, Fernando José Rodrigues foi distinguido em 2006 com o Prémio Literário Almeida Firmino, pelo livro “Gestos esquecidos”, de 2006, e ganhou o Prémio Literário Afonso Lopes Vieira com “Manual das feiticeiras”, de 2019.
O mais recente romance, “Achtung London – Invasão”, foi lançado em 2023. A obra desenvolvia a hipótese de os alemães conseguirem ter sucesso na invasão da Inglaterra na II Guerra Mundial.
Dinamizador da Rota d’O Crime do Padre Amaro, que lembra a presença de Eça de Queiroz em Leiria, e de outros roteiros literários na cidade, Fernando José Rodrigues destacou-se ainda como tradutor.
Entre os seus trabalhos nessa área, está a versão inglesa do discurso que José Saramago leu em 1998 na Academia sueca, aquando da atribuição do Nobel da Literatura.
Enquanto professor, Fernando José Rodrigues foi ainda leitor de Língua e Cultura Portuguesas nas universidades de Portsmouth, em Inglaterra, e Estocolmo, na Suécia.
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