Portugal
Morreu Isabel Rilvas, a primeira mulher piloto-acrobata da Península Ibérica

Imagem: dorispinheiro
Isabel Rilvas, a primeira mulher paraquedista civil e a primeira piloto-acrobata da Península Ibérica, morreu no domingo aos 90 anos, realizando-se hoje o funeral no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Nascida em Lisboa a 8 de janeiro de 1935, Isabel Manuela Teixeira Bandeira de Melo, filha do conde de Rilvas, tornou-se sócia do Aero Club de Portugal aos 18 anos e a sua vida registou uma série de experiências únicas ligadas à aviação e ao paraquedismo.
Aprendeu a pilotar aviões na Escola de Aviação Civil do Aero Club de Portugal, em Sintra, tendo tirado o ‘brevet’ para aeroplanos e planadores, e frequentou o curso de paraquedismo em França.
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Em setembro de 1955, ficou na 3.ª posição na prova de Acrobacia Aérea no Festival Aeronáutico da Figueira da Foz e em novembro de 1958 obteve a 1.ª no Festival Aéreo do outono, em Sintra, os primeiros de vários prémios ligados à aeronáutica.
Propôs a criação de um corpo de enfermeiras paraquedistas socorristas em Portugal. As primeiras enfermeiras militares paraquedistas terminaram a formação em junho de 1961 e foram de imediato integradas nas forças paraquedistas da Força Aérea Portuguesa.
Isabel Rilvas não era militar e não participou nas ações no terreno, mas o grupo trabalhou em situações de combate, ao nível do apoio de saúde a soldados e civis e da retirada de feridos, no continente e nos vários países onde Portugal se encontrava, como Angola e Timor.
O Ministério da Defesa Nacional e a Força Aérea Portuguesa já lamentaram a sua morte e apresentaram condolências à família.
A nível internacional, Isabel Rilvas foi a primeira e única portuguesa a receber o Diploma Paul Tissandier, atribuído pela Federação Aeronáutica Internacional, tendo sido membro ativo das ‘99 Ninety Nines’, a mais antiga associação internacional de mulheres-piloto, pelo que existe uma placa com o seu nome no Wall of Wings do 99’s Museum of Women Pilots, em Oklahoma City, nos Estados Unidos.
Foi casada com o embaixador Leonardo Mathias e fundou, em 1982, a Associação das Mulheres dos Diplomatas Portugueses, tendo no ano seguinte criado o Bazar Diplomático com o apoio de Manuela Eanes, mulher do Presidente da República da altura.
Reconhecida com o Grau de Grande Oficial da Ordem Infante Dom Henrique (2017) e com os títulos de Dama da Ordem de Malta (1994) e Dama Grã-Cruz da Real Ordem de Santa Isabel (2002), Isabel Rilvas recebeu em 2014 da Força Aérea Portuguesa a Medalha de Mérito Aeronáutico de 1ª Classe.
Comemorou o seu último aniversário com um salto de paraquedas em tandem, com um instrutor.
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