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Morreu a primeira mulher secretária de Estado nos EUA

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 23-03-2022

Madeleine Albright, a primeira mulher secretária de Estado norte-americana, morreu hoje vítima de cancro, aos 85 anos, revelou fonte da família à agência de notícias Associated Press (AP).

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O Presidente Bill Clinton (1993-2001) escolheu em 1996 Albright como a chefe da diplomacia norte-americana, cargo que desempenhou nos últimos quatro anos da administração do ex-chefe de Estado democrata.

Na altura, Albright tornou-se a mulher a ocupar o mais alto cargo político na história dos Estados Unidos, mas nunca esteve na linha de sucessão para a presidência, por ser natural da antiga Checoslováquia.

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Antes de assumir a diplomacia norte-americana, Albright ocupou o cargo de embaixadora dos EUA na ONU (1993-1997).

Natural de Praga, fugiu com a sua família da Checoslováquia em 1939, tendo passado os anos da Segunda Guerra Mundial em Londres. Depois do regresso ao país de origem, a família partiu para os Estados Unidos em 1948, quando Albright tinha 11 anos.

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“Ela estava rodeada de familiares e amigos. Perdemos uma mãe, avó, irmã, tia e amiga extremosa”, destacou a família na rede social Twitter, acrescentando que morreu vítima de cancro.

O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, considerou a sua morte “devastadora”.

“Ela foi uma pioneira. Como a primeira mulher secretária de Estado, literalmente abriu o caminho para grande parte da nossa profissão”, realçou.

Albright continuou ativa ao longo dos anos. Depois de deixar o cargo, foi crítica do Presidente George W. Bush, acusando de usar “a força” em vez de alianças para promover a diplomacia, e de expulsar líderes árabes moderados criando a possibilidade de um conflito perigoso com aliados europeus.

Desempenhou também um papel de liderança na pressão para que o governo liderado por Bill Clinton se envolvesse militarmente no conflito no Kosovo.

Também seguiu uma linha dura em relação a Cuba, tendo ficado célebre por dizer nas Nações Unidas que o abate cubano de um avião civil não foi “cojones” [intrépido, em espanhol] mas sim “cobardia”.

Albright aconselhou as mulheres a “agirem de uma forma mais confiante” e a “fazer perguntas quando estas ocorrem, sem esperar para perguntar”.

“Levei muito tempo para desenvolver uma voz, e agora que a tenho, não vou ficar calada”, referiu numa entrevista ao HuffPost Living, em 2010.

Em 2012, o então Presidente Barack Obama concedeu a Albright a Medalha da Liberdade, a mais alta distinção civil no país, destacando que a vida da governante foi uma inspiração para todos os norte-americanos.

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