Teresa Cupertino de Miranda, a primeira mulher portuguesa a competir no Dakar, morreu na segunda-feira, 30 de junho, aos 78 anos, vítima de doença prolongada.
Filha de Artur Cupertino de Miranda, fundador do extinto Banco Português do Atlântico, cuja família era uma das dez mais ricas de Portugal até ao 25 de Abril, o percurso de Teresa Cupertino de Miranda poderia ter tido outro, mas a sua irreverência tornou-a numa das figuras mais marcantes da história do automobilismo nacional, revela a ACP.
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Pioneira no desporto motorizado feminino, fica na memória dos fãs de todo-terreno (TT) como uma figura aguerrida e de espírito aventureiro, uma piloto ímpar, que afirmava que o que lhe dava mais prazer nas corridas era deixar os homens “a comer poeira”.
Corajosa e determinada ajudou a abrir as portas do desporto motorizado às mulheres. E em 1992 torna-se na primeira mulher portuguesa a participar no rali Paris-Dakar. Competiu ao volante de um Nissan Patrol e, formando equipa com Berta Assunção e Manuel Caetano, concluiu a prova no 110.º lugar. Só depois dela, surgiram pilotos como Joana Lemos e Céu Pires de Lima, Elisabete Jacinto e Maria Luís Gameiro (as únicas mulheres portuguesas a participar no Dakar).
A carreira seguiu entre a segunda metade da década de 1990 e o início dos anos 2000, com prestações notórias em diversos raids nacionais e espanhóis e no campeonato nacional de TT, aos comandos de um Toyota Landcruiser.
As memórias do percurso desta pioneira estão registadas em “Viagem Com o Meu Olhar”, livro que Teresa Cupertino de Miranda publicou em 2003. Nele descreve aventuras e revela uma paixão pelos automóveis desde tenra idade.
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