Um homem de 47 anos morreu no pós-operatório de uma cirurgia considerada simples ao nariz, realizada no Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, no dia 28 de novembro.
A família de Pedro Semedo exige respostas sobre as causas da morte, mas os resultados da autópsia poderão demorar até seis meses.
Pedro Semedo sofria de sinusite e apresentava episódios ocasionais de hemorragias nasais. Residente em Odivelas, deslocou-se até Vila do Conde para realizar a intervenção cirúrgica, após dois anos de espera por um voucher, escreve o Jornal de Notícias.
De acordo com a Santa Casa da Misericórdia, a cirurgia decorreu sem complicações. O doente acordou após a operação, mas pouco depois sofreu uma paragem cardiorrespiratória, que acabou por ser fatal, apesar da assistência médica imediata.
Em declarações ao JN, o provedor da instituição, Rui Maia, afirmou que o desfecho foi inesperado. “Era uma cirurgia simples. Correu bem, o doente acordou e, pouco depois, teve uma paragem cardiorrespiratória que, apesar da assistência imediata, não foi possível reverter. Nada fazia prever o que aconteceu. Em 25 anos e milhares de cirurgias, nunca tal aconteceu”, disse, acrescentando que a equipa médica está “de consciência tranquila, mas devastada”.
A família de Pedro Semedo queixa-se de falta de informação desde o momento em que o homem entrou no bloco operatório. “Não sabemos nada. Não pudemos ver o corpo, não nos dão os relatórios médicos. Só queremos respostas”, afirmou um tio da vítima ao mesmo jornal.
Segundo aquele jornal, os familiares aguardam ainda um relatório oficial que explique as circunstâncias da morte e dizem nunca ter podido ver o corpo. Do Instituto de Medicina Legal receberam a informação de que os resultados da autópsia podem demorar até seis meses.
Em resposta, a Santa Casa da Misericórdia garante que possui todos os relatórios médicos e que informou a família sobre os documentos necessários para os levantar, de acordo com a lei da proteção de dados, que limita o acesso à viúva ou a herdeiros diretos. “Enviámos um segundo email e não obtivemos resposta”, assegura a instituição.
A família, no entanto, acusa a Santa Casa de ocultar informação, exige uma investigação e, segundo o Jornal de Notícias, prepara-se para apresentar queixa junto do Ministério Público e da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
Pedro Semedo era casado e pai de dois filhos, um dos quais uma criança de dois anos.
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