As associações de moradores do Planalto do Ingote – Bairro da Rosa; Bairro António Sérgio; Rua Cidade S. Paulo e Monte Formoso – vão marcar presença na sessão de câmara que se vai realizar na próxima segunda-feira, no Centro Social e Paroquial da Pedrulha, para protestar uma vez mais de viva voz, contra a construção e concentração de mais habitação social no Planalto do Ingote.
Este habitantes recordam “que o anteprojeto que prevê a construção de um novo edifício com 32 fogos na Rua Cidade Cambridge, Ingote, foi aprovado na reunião de câmara realizada no passado dia 21 de fevereiro de 2022. As associações de moradores não concordam com o município de Coimbra que quer insistir em receitas antigas, agravando problemas no presente, considerando que esta “espacialização da pobreza” constitui uma política contraproducente e errada, que conduz a uma injustificável e intolerável segregação e guetização da população”. Por outro lado, os números já existentes no Planalto do Ingote são eloquentes e arrasadores e não podem ser ignorados pelo município”
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“Somente os bairros sociais – Ingote e Rosa – são compostos por 440 fogos, o que corresponde a 60% de todo o parque habitacional concentrado. É uma realidade impressionante porque representa 90% de toda a habitação social construída depois do 25 de abril de 74, no município de Coimbra”, frisam os moradores.
Este núcleo de habitantes salienta que “O Planalto do Ingote não precisa de mais prédios para habitação social. Os seus moradores devem ser ouvidos para que as decisões em torno daquele território sejam tomadas com base nas necessidades efetivas desta população, promovendo mais espaços de cultura, lazer e social o que esperamos que aconteça com a construção do Centro Cívico. As associações de moradores querem uma política local habitacional, que responda às necessidades da população, baseada na desconcentração de habitações sociais, apostando na integração das populações, tornando o tecido social do concelho mais coeso. Aquilo que, à partida, parece ser a solução mais viável para a integração das populações (atribuir fogos e oferecer condições habitacionais melhoradas) pode acabar por se converter num instrumento de segregação e de getização. «Não podemos continuar a trabalhar e a investir para adensar os problemas, em vez de os solucionar» , repetindo e agravando erros cometidos no passado”.
As associações de moradores já reuniram com os partidos e movimentos políticos (PS; PSD; PCP; Bloco de Esquerda e Cidadãos por Coimbra). Adiantam que ainda não foi possível agendar e reunir com o CDS-PP e o Somos Coimbra.
Recorde-se que desses encontros há uma ideia comum: “todos concordam que existe já uma excessiva concentração de habitação social no Planalto do Ingote”.
A Assembleia de Freguesia de Eiras e S. Paulo de Frades também já aprovou numa sessão extraordinária, por unanimidade e aclamação, um voto de protesto contra a construção de mais habitação social no Planalto do Ingote.
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