Cidade

Monges tibetanos visitam Coimbra antes da Queima das Fitas

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 23-04-2014

Um grupo de monges budistas tibetanos inicia hoje na Maia a etapa portuguesa de uma digressão mundial pela paz interior, iniciativa que pretende divulgar os ensinamentos budistas e conseguir donativos para o mosteiro onde vivem, na Índia.

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Os quatro monges da linhagem Gelupa, a mesma do atual Dalai Lama, estarão em Portugal até 15 de junho com uma programa de atividades que inclui conferências, consultas de astrologia e medicina tibetana, sessões de reiki, rituais de purificação, sessões de cantos sagrados e bênçãos de negócios, famílias e crianças.

Margarida Castro, da Associação Inkarri Portugal, que coordena a visita, explicou à agência Lusa que os monges pertencem à casa Nyagre, do mosteiro Gaden Shartse, um dos maiores na Índia, onde se refugiaram após a invasão do Tibete pela China, na década de 50.

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O mosteiro contraiu um empréstimo de 95 mil euros para fazer uma reforma de urgência nas instalações, danificadas pelas chuvas da monção, e atravessa dificuldades para conseguir responder às necessidades de educação e saúde dos monges e crianças refugiadas do Tibete, que continuam a chegar à Índia.

“Por causa das monções e porque estão a receber muitos refugiados do Tibete, sobretudo crianças, estão com uma situação económica e de educação bastante delicada. Organizamos estes eventos em que os monges vêm aos diversos países para realizarem atividades e, como forma de retribuição, damos os donativos que vão ajudar o mosteiro”, disse.

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O programa inclui atividades individuais e em grupo, que poderão ser marcadas com os monges, e em troca das quais são sugeridos donativos que podem variar entre os 20 euros de uma purificação em grupo, os 100 euros da purificação de uma casa ou empresa ou os 200 euros de um casamento budista.

Apesar dos valores sugeridos, Margarida Castro sublinha que os donativos são livres, adiantando que há já “muitas pessoas inscritas” para o evento que decorrerá a 03 de maio na Quinta da Regaleira em Sintra, um dos pontos altos do programa, que inclui além de um ritual de purificação, uma conferência e um concerto.

Entre os monges que participam na digressão, destaca-se o geshe (mestre espiritual) Larampa Yishe, nascido no Tibete em 1967, e que entrou no mosteiro da sua localidade aos oito anos.

Na década de 90 fugiu do Tibete para a Índia, tendo entrado no mosteiro Gaden Shartse, no sul da Índia, onde em 2009 recebeu o título de geshe lharampa (doutorado em filosofia budista).

O mosteiro de Gaden Shartse foi fundado em 1970 por 85 monges refugiados do Tibete, hoje conta com mais de 1.400 tibetanos com bolsas de estudo, escritores, estudantes e administrativos, organizados em pequenos mosteiros (khangtsen), dentro do grande mosteiro que é Gaden.

Nesta que é a quarta visita a Portugal, os monges irão passar pelos concelhos da Maia (23 a 27 de Abril), Coimbra (28 de Abril a 1 de Maio), Mafra (30 a 31 de Maio), Lisboa (03 de Maio a 11 de Junho), Santarém (04 a 07 de Junho), Caldas da Rainha (07 a 09 de Junho) e Sintra (13 a 15 de Junho).

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