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Moçambique: Governo provincial espera em Pemba por mais deslocados de Palma

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 07-05-2021

 As autoridades de Cabo Delgado, norte de Moçambique, preveem que mais pessoas deslocadas devido ao ataque de 24 de março à vila de Palma cheguem à capital provincial (Pemba) nos próximos dias, disse hoje o governador.

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“Nós temos vários cidadãos nossos que estão ainda distantes, mas que sabemos que vão chegar [a Pemba]”, disse o governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, falando à comunicação social depois de uma visita ao centro de acolhimento transitório instalado naquela capital provincial.

O ataque à vila de Palma, a seis quilómetros dos megaprojetos para exploração de gás, ocorreu em 24 de março, tendo provocado dezenas de mortos e feridos, ainda sem balanço oficial anunciado.

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Segundo a mais recente atualização da Organização Internacional das Migrações (OIM), o número de deslocados registados após o ataque ultrapassou na quinta-feira os 40 mil e, destes, 43% são crianças, 491 das quais desacompanhadas.

“Temos muitas pessoas que eram dadas como desaparecidas e que estão a reaparecer. Estas pessoas contam-nos o que passaram e dizem que estavam ainda no mato escondidas”, acrescentou o governador de Cabo Delgado.

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Há ainda milhares de pessoas, numa estimativa de pelo menos 11.000, junto aos portões do projeto de gás em Afungi e na nova aldeia de Quitunda que não querem regressar a Palma devido à insegurança e têm dificuldade em encontrar uma forma de chegar a locais seguros, segundo a OIM.

As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar o recinto do empreendimento que tinha início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expetativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, numa onda de violência que já causou mais de 2.500 mortes, apontou o projeto de registo de conflitos ACLED, e 714 mil deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.

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