Coimbra

Mobilidade do Mondego: Governo pediu desculpas pelos 10 anos de atraso, que são quase 30 (com vídeo)

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 11-09-2020

“Tivesse o povo desta região desistido, não tinha dado a energia necessária para que os autarcas tivessem continuado de forma muito empenhada a exigir”, afirmou hoje em Serpins o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos que apresentou um pedido de desculpas do Estado pelos 10 anos de atraso da obra, que na realidade já soma com quase três décadas de promessas para o antigo Ramal da Lousã.

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Ao lamentar que “as pessoas deixaram de acreditar”, valorizou a importância de conceitos como “democracia, justiça e respeito” ao intervir em Serpins, concelho da Lousã e distrito de Coimbra, na cerimónia de consignação da empreitada de adaptação do Ramal da Lousã à circulação de veículos do tipo “metrobus”.

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“Se nós quisermos perceber por que é que, ao longo dos anos, tantos cidadãos não se têm sentido representados pelos seus  representantes e se vão afastando de uma participação mais convicta na democracia, nós podemos olhar para aqui”, disse, recordando que a promessa de um sistema de metro para o Ramal da Lousã tem quase 30 anos.

Segundo o ministro, “é em situações como esta que se pode encontrar as respostas para um afastamento tão grande de muitos portugueses da vida política e da participação democrática”.

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Neste contexto, Pedro Nuno Santos reiterou “um pedido de desculpas do Estado Português para com uma região e para com um povo que durante 10 anos não teve alternativa” de transporte público, além de carreiras de autocarros de substituição do comboio.

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, elogiou hoje a introdução de autocarros elétricos no antigo ramal ferroviário da Lousã, mas não excluiu o regresso a um transporte “mais pesado” no futuro.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação salientou que se trata de uma solução de transporte público “que provavelmente muitas outras regiões do país desejarão”.

“No entanto, se algum dia nós tivermos um volume de passageiros que justifique um meio de transporte mais pesado, nós todos teremos de trabalhar nesse sentido”, admitiu.

Para Pedro Nuno Santos, a introdução daqueles autocarros com baterias elétricas recarregáveis “é uma solução de futuro que será testada” no troço suburbano do Ramal da Lousã, com cerca de 30 quilómetros, desativado há uma década.

“Vamos ter uma solução segura, confortável, dinâmica e rápida. Mas nunca deixaremos, se em algum momento o volume de passageiros justificar, de fazer um investimento mais pesado e termos um meio de transporte mais pesado. Não é impossível de rapidamente passarmos para ele”, sublinhou.

O ministro das Infraestruturas referiu que, “neste momento, esta é uma solução adaptada às necessidades e mais flexível, que vai permitir chegar a outras localizações”, designadamente na área urbana de Coimbra, o que “não seria possível com o comboio”.

“É um meio de transporte de futuro. Não é uma solução de remendo, antes pelo contrário”, enfatizou.

O Ramal da Lousã foi encerrado e desmantelado, nas primeiras semanas de 2010, para acolher um sistema de metro ligeiro sobre carris, uma obra suspensa mais tarde, após o Estado ter investido cerca de 150 milhões de euros, segundo diversas estimativas, em empreitadas, estudos, projetos e funcionamento da empresa Metro Mondego, desde 1996.

Essa obra, que não foi candidatada aos apoios europeus, gerou contestação popular durante mais de 15 anos, através de diferentes movimentos que convergiam na defesa da eletrificação e modernização da ferrovia centenária, inaugurada em 1906.

Intervieram ainda o presidente da Câmara da Lousã, Luís Antunes, que é presidente da assembleia geral da Metro Mondego, e o presidente da Infraestruturas de Portugal, António Laranjo, numa cerimónia a que assistiu também o secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado.

Veja o vídeo que o Notícias de Coimbra transmitiu em direto.

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