Política

MNE português destaca avaliação “muito positiva” de 30 anos de cimeiras ibero-americanas

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 19-07-2021

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, considerou hoje “muito positiva” a avaliação de 30 anos de cimeiras ibero-americanas, em que se conseguiram resultados “concretos” na cooperação entre os 22 Estados-membros.

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Santos Silva falava numa videoconferência alusiva ao Dia da Ibero-América, organizada pela Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB) para assinalar três décadas de cimeiras – a primeira realizou-se a 01 de julho de 1991 em Guadalajara (México) –, em que participaram também os chefes da diplomacia da Colômbia, Costa Rica, Espanha, República Dominicana.

“A avaliação é muito positiva, como mostram estes 30 anos de existência. Trata-se de uma plataforma de 22 países, com debate regular, independentemente das orientações políticas. Avançou-se com um quadro para a cooperação Ibero-Americana, com resultados concretos, na educação, saúde, educação e administração pública”, sublinhou o ministro português, depois de questionado sobre que balanço de 30 anos da organização.

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Santos Silva destacou que são três os desafios daqui para a frente que a Secretaria-Geral Ibero-Americana tem de ter em conta, destacando que uma delas é a manutenção da conferência “tal como ela é, um espaço inclusivo, em que todos intervêm e podem participar para que o debate político e a concertação diplomática sejam sempre possíveis”.

“Tem de se reforçar também, ainda mais, o quadro comum de cooperação, estendo-a a outras áreas, como a económica, no domínio da ação climática, na transformação digital, e nas áreas universitária e científica”, sublinhou Santos Silva, como segundo desafio.

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Como terceiro desafio, o chefe da diplomacia portuguesa destacou a necessidade de se avançar mais numa questão que tem de transformar a comunidade ibero-americano num “espaço de pessoas”.

“Na última cimeira, em Andorra, criou-se o quadro para a ‘Circulação do Talento’. Oito países já assinaram o acordo, que traz maiores facilidades para os estágios profissionais, cursos de formação, projetos de investigação. É um elemento muito importante para a circulação de pessoas de talento. A concretização do projeto é um passo muito importante para a transformação da SEGIB numa comunidade de pessoas”, exemplificou.

Instado também a comentar que balanço se pode fazer após três décadas de cimeiras no domínio da cidadania, Santos Silva destacou três resultados principais, tendo como pano de fundo a consciência de que todos pertencem ao espaço dos 22 países, unidos por duas línguas – português e castelhano.

“Também, claro, porque Portugal e Espanha ajudam na ponte entre a Europa e a América Latina”, acrescentou.

Por outro lado, prosseguiu, há a consciência da “força das duas línguas”, faladas por mais de 600 milhões de pessoas nos 22 países, ajudadas no ‘portunhol’, “que é, no fundo, “uma mescla” dos dois idiomas.

Como terceiro resultado, Santos Silva destacou um dos programas de cooperação ibero-americana mais eficazes, que é o Programa Campus, financiado pelo banco espanhol Santander.

“Milhares de estudantes universitários estudam noutros países. É preciso perceber o significado e o alcance da medida. Estudantes latino-americanos a estudar nas universidades fora dos seus países é fantástico e constitui um estímulo à mobilidade”, sublinhou Santos Silva, sempre interpelado pela secretária-geral cessante da SEGIB, Rebeca Grynspan, no cargo desde 01 de abril de 2014.

A este propósito, o do fim da liderança de Rebeca Grynspan na SEGIB, o chefe da diplomacia portuguesa considerou que o principal resultado da política natural da Costa Rica à frente da organização foi o “ter sabido manter a unidade do espaço ibero-americano”.

“E isso é um resultado muito importante”, concluiu, com Rebeca Grynspan a agradecer também a entrada, como observador consultivo da SEGIB na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), decidida sábado na cimeira que, em Luanda, assinalou os 30 anos da organização lusófona.

Na videoconferência, além de Rebeca Grynspan, participaram também os chefes da diplomacia da Colômbia, Marta Lucía Ramírez, Costa Rica, Rodolfo Solano Quirós, de Espanha, o recentemente empossado José Manuel Albares, que também agradeceu a entrada de Espanha como observador consultivo na CPLP, e da República Dominicana, Roberto Alvarez.

Desafios para o futuro da SEGIB apontados por todos foram o combate à pandemia de covid-19, pobreza, desigualdade social, democracia (“alguns países estão a pô-la em causa”, advertiu Marta Lúcia Ramírez), recuperação económica “justa e inclusiva”, equidade do género, educação, cultura, juventude, direitos humanos, migrações e alterações climáticas.

A SEGIB integra 22 países: Andorra, Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

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