Coimbra

Miranda do Corvo: Hospital Compaixão quer abrir sem privilégios e luta contra o estilo Trump da Saúde do Centro

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 22-11-2020

“Após dezenas de notícias ao longo de 18 meses a ARS veio finalmente quebrar o silêncio tendo optado por trocar  alhos com bugalhos”, acusa a Fundação ADFP ao reagir à informação da Administração Regional da Sáude do Centro (ARSC) em que esta entidade afirma que o Hospital Compaixão, em Miranda do Corvo,  só poderá beneficiar de acordos com a tutela a partir do momento em que comece a funcionar.

PUBLICIDADE

A ADFP garante que “o Hospital Compaixão abrirá quando a ARS o tratar em igualdade com os hospitais de Anadia, Mealhada e Oliveira do Hospital” e salienta que todos estes hospitais têm contrato para internamentos em Cuidados Continuados.

PUBLICIDADE

No entanto a ARSC  proclama que  só “a partir do momento em que o hospital comece a funcionar poderá beneficiar do acordo no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) para a realização de cirurgias, e de outras convenções em vigor”, refere a ARSC, numa resposta escrita a questões colocadas pela agência Lusa.

Em comunciado enviado a Notícias de Coimbra, o Hospital Compaixão lembra que disponibilizou 40 camas para Cuidados Continuados de Convalescença e Paliativos e volta a fazer um resumo da “novela” que tem como protagonistas a ARSC e a ADFP,

PUBLICIDADE

Não há em todo o Pinhal Interior, entre Coimbra e Castelo Branco, nenhuma cama destas tipologias de Cuidados Continuados. Perante zero camas ninguém pode dizer que há resposta suficiente por parte do SNS, garante a instituição liderada por Jaime Ramos.

A falta de resposta  é evidente mas por puro sectarismo a ARS recusa contratar  estas camas no Hospital Compaixão, lamenta a dona da unidade hospitalar.

Segundo a ADFP. a ARS tem vindo a favorecer contratos de Cuidados Continuados em unidades nascidas de negócios lucrativos da Banca em prejuízo das IPSS, Instituições Sem Fins Lucrativos. Miranda  do Corvo e a Fundação ADFP exigem  igualdade e que se ponha fim ao desprezo pelas pessoas do Pinhal Interior.

Se a ARS assinar o contrato para um mínimo de 30 camas de Convalescença ,o Hospital Compaixão abre e começa a admitir doentes, afiança Jaime Ramos.

Apesar de ter acordos com outras instituições do género, a Jaime Ramos afirma que a “ARS e o Governo recusam assinar acordo de cooperação com o Hospital Compaixão por evidente perseguição à Fundação ADFP, prejudicando as pessoas que poderiam ter melhores cuidados de saúde, com maior proximidade”.

De acordo com a ARSC, foram contactadas recentemente 17 entidades, “entre hospitais do setor privado e da área social, no sentido de saber da sua disponibilidade de cooperação no âmbito da covid-19”, sendo que a Fundação ADFP é uma das duas entidades que “não responderam”.

A ARSC alega “já reuniu com o presidente da Fundação ADFP nesse sentido [assinatura de acordos], mas, sublinha-se, para o efeito, é necessário que o hospital esteja a funcionar e que apresente propostas no âmbito do quadro legal em vigor”.

Apenas a ARS assine acordo de cooperação, idêntico aos assinados com as outras IPSS, a Fundação ADFP abrirá o Hospital Compaixão , realizando cirurgias e consultas médicas, reduzindo as listas de espera, contrapõe o médico e empresário, antes de referir que a Fundação só quer igualdade.

Jaime Ramos questiona:  Fundações de Oliveira e de Ansião tem acordo de cooperação para realizar “urgências” /consultas de atendimento permanente. Se a ARS assinar com a Fundação ADFP acordo igual o Hospital Compaixão começará a atender igualmente as pessoas de Miranda e concelhos vizinhos, especialmente nos horários em que os Centros de Saúde estão fechados. Qual a razão porque a ARS insiste em prejudicar as pessoas que serão servidas pelo Hospital Compaixão?

A Fundação ADFP afirma ainda que a “ARS paga os exames complementares de diagnóstico, requisitados pelos médicos de família , desde que não sejam realizados em Miranda. No Hospital Compaixão existe equipamento de TAC, RX, Mamografia ,ecografia ,  exames digestivos, colonoscopia, endoscopia, cardiologia, etc. Qual a razão porque a ARS quer continuar a impedir as pessoas de Miranda de fazer os exames no seu concelho? Porque paga a privados do sector lucrativo e não quer fazer acordo com uma instituição sem fins lucrativos? Qual a razão porque a ARS não quer fazer um acordo nestas áreas?”

É evidente que se o Hospital Compaixão tiver acordos com o SNS, a ARS e o Governo reduzem o valor que estão a pagar de exames de diagnóstico  e cirurgias noutras unidades que visam o lucro. Parece que a ARS quer proteger estes negócios lucrativos, proibindo a concorrência, crítica Jaime Ramos.

“Em Portugal crescem os negócios na Saúde dominados por capitais estrangeiros, que exportam os lucros, prejudicando a balança externa. A ARS e o Governo querem privilegiar estas multinacionais em vez de assinar acordos de cooperação com uma instituição sem fins lucrativos que, se tiver saldos, os investe na região criando mais emprego e mais respostas sociais ou de saúde”, acusa Jaime Ramos.

O médico frisa que os acordos de cooperação com as IPSS têm um desconto de 10% para o Estado e pergunta porque é que a ARSC prefere pagar a 100% em negócios com fins lucrativos.

O médico e empressário recorda, que, “porque não visamos o lucro em dezembro de 2019 enviamos ofício a Ministra da Saúde e a ARS afirmando: “podemos ceder ao Estado todo o investimento que realizámos desde que o Ministério da Saúde assuma gerir adequadamente o Hospital, aproveitando o seu potencial, respondendo às necessidades das populações e colocando -o ao serviço do interesse público“. Nunca obtivemos resposta.  Já este Novembro insistimos com a ARS e Ministra de Saúde que voltaram a não responder aos nossos ofícios”.

“Na primeira onda da epidemia, já em 2020, voltámos  a disponibilizar o Hospital. Não aceitaram alegando que o Hospital Compaixão  estava fechado. Continuaram a instalar hospitais de campanha , que também não estavam abertos , nem tinham pessoal …Talvez viessem equipados com  “luvas””, insinua Jaime Ramos.

Nunca a Ministra da Saúde ou a ARS tiveram tempo ou interesse em visitar o Hospital Compaixão, lamenta Jaime Ramos.

Perante a irracionalidade da situação o Hospital já foi visitado por políticos de quase todos os  partidos. O último foi Rui Rio, líder do PSD, mas importa recordar que três ex-ministros da Saúde do Partido Socialista, Maria de Belém Roseira, António Correia de Campos e Adalberto Campos Fernandes já vieram visitar o Hospital e defenderam a cooperação com o SNS. Ninguém entende a irracionalidade da ARS / Ministra da Saúde, lembra Jaime Ramos.

O médico assevera que “perante o previsível agravamento da epidemia Covid, a ARS e o Governo, deveriam, no verão, ter assinado o acordo com a Fundação, para que o Hospital  estivesse agora operacional ao Serviço do SNS . Infelizmente imperou o sectarismo e o favorecimento de interesses privados do sector lucrativo, que beneficiam  com o Hospital Compaixão fechado”.

“O Hospital Compaixão quando funcionar criará cerca de 100 postos de trabalho que são importantes para reforçar a coesão social na região do Pinhal Interior .Por esta razão as associações empresariais de Lousã, Miranda, Penela e Poiares pediram explicações a ARS e ao Ministério da Saúde. Estas associações não foram recebidas por estas entidades nem tiveram resposta, adianta Jaime Ramos.

“A ARS comporta-se com o estilo de Trump. Não dialoga mas tenta deturpar factos”, acusa Jaime Ramos

O médico anuncia que o Hospital Compaixão abrirá quando a ARS assinar contratos de Cuidados Continuados e de cooperação para reduzir as listas de espera de cirurgia e consultas médicas.

Jaime Ramos atesta que o Hospital Compaixão não quer privilégios só exigindo ser tratado em igualdade com outros hospitais concelhios,

A Fundação fez a obra e equipou o Hospital. Infelizmente outros não fazem nem deixam que se melhore a qualidade de vida e de cuidados de saúde na Região, conclui o Presidente do Conselhode Administração da ADFP.

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE