Os ministros e secretários de Estado que integraram os três governos de Aníbal Cavaco Silva vão reunir-se na próxima sexta-feira, num almoço de confraternização em Lisboa, que assinala os 40 anos da primeira posse.
“O objetivo e a ideia foi fazer uma confraternização, reencontro e celebração do 40.º aniversário dos governos reformistas liderados pelo professor Cavaco Silva, de que nos orgulhamos de ter pertencido exatamente pelo seu ímpeto reformista, pelo seu ímpeto transformador, que de facto foi de uma importância extrema para o nosso país”, explicou o ex-ministro Fernando Faria de Oliveira à agência Lusa.
Antigo ministro do Comércio e Turismo no terceiro governo de Cavaco Silva, Faria de Oliveira é um dos organizadores deste almoço, que vai decorrer na próxima sexta-feira, em Lisboa.
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Faria de Oliveira disse que não se trata de uma homenagem, mas de um momento de reencontro e “confraternização entre todos” os membros dos governos liderados por Cavaco Silva.
“De alguma maneira, é evidente que isto pode significar também uma mensagem, é que sem reformas, sem dar uma importância extrema ao crescimento económico e sem ter uma preocupação de uma experiência verdadeiramente social-democrata, em que a concertação social, a equidade da tributação dos rendimentos, a igualdade de oportunidades, a proteção da saúde, a economia do mercado a funcionar com pujança, a capacidade da atração de investimento direito estrangeiros, todos estes fenómenos, a mudança radical do país em termos de comunicações, em termos de transportes terrestres, pontes, outras infraestruturas, também comunicações, tudo isto, de facto, tem uma importância enorme para o desenvolvimento do país e para que as pessoas possam ter melhor qualidade de vida e melhores remunerações”, salientou.
E salientou que os 10 anos em que Aníbal Cavaco Silva foi primeiro-ministro, entre 1985 e 1995, representaram “o período da história recente no qual o país teve um crescimento mais significativo em todos os aspetos, culturais inclusivamente”.
Ainda assim, defendeu que o objetivo deste evento “não é levar uma mensagem” para fora.
“Ela existe intrinsecamente quando nos reunimos, porque nos sentimos particularmente satisfeitos por todos nós termos contribuído para que isto acontecesse”, indicou.
Faria de Oliveira indicou que estarão presentes perto de uma centena de pessoas, e “o grosso dos ministros e secretários de Estado vai estar todo em peso nesta celebração”, à exceção de “um ou outro caso” que não marcará presença por doença ou “outro tipo de impossibilidades”.
“Infelizmente, já morreram 43 membros de governo, entre ministros e secretários de Estado. Houve alguns de que não conseguimos recolher os contactos e, portanto, não conseguimos que eles soubessem da realização deste almoço, mas vamos ter quase 100 pessoas reunidas para exatamente celebrar esta ação dos governos, que nos traz grande satisfação, porque pensamos que servimos muito bem Portugal”, referiu.
Fernando Faria de Oliveira explicou à Lusa que a ideia para este encontro surgiu num outro almoço.
“Desde 1996, mantive sempre um almoço periódico com as pessoas que fizeram parte dos governos quando eu fui ministro. E estava com o doutor Alexandre Relvas e o doutor Luís Palha num almoço e surgiu exatamente a importância do significado desta data, e então o doutor Luís Palha foi quem sugeriu promover um almoço entre todos, para mater saudades, inclusivamente, e foi assim que nasceu a ideia”, referiu.
Faria de Oliveira disse que “a data mais apropriada seria 06 de novembro” – dia em que passam exatamente 40 anos desde a primeira tomada de posse de Aníbal Cavaco Silva como primeiro-ministro – mas “não foi possível encontrar uma solução para fazer essa confraternização nesse dia”.
Aníbal Cavaco Silva foi primeiro-ministro durante 10 anos. Dos seus governos fizeram parte figuras como Luís Marques Mendes, Eduardo Catroga, Durão Barroso, Luís Mira Amaral, ou Manuela Ferreira Leite.
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