O ministro de Estado e das Finanças assinalou hoje o Dia da Poupança dando uma aula a alunos de uma escola secundária de Lisboa, explicando as melhores formas de investir o dinheiro evitando erros e fraudes.
“Cuidado com o que encontram na internet, sobretudo se virem a minha cara em alguns anúncios é mentira. Já pedi à Polícia Judiciária e ao SIS (Serviço de Informações de Segurança) que tentassem travar isso mas é quase impossível”, alertou referindo-se às fraudes na internet.
Joaquim Miranda Sarmento, falou hoje perante 150 alunos do 11.º ano da Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa.
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O ministro das Finanças, 47 anos, frequentou a mesma escola durante o ensino secundário e dirigindo-se aos alunos afirmou que todos os investimentos pagam impostos.
“Só há duas coisas certas na vida: a morte e pagamento de impostos. Portanto, todos os investimentos que vocês fizerem pagam impostos”, disse.
No início da aula, o ministro das Finanças explicou os conceitos básicos sobre os investimentos face aos valores da inflação, o valor temporal do dinheiro, o custo de oportunidade e a relação entre o risco e o retorno.
Da mesma forma explicou o funcionamento do sistema bancário para dizer que a “melhor coisa” que os jovens podem fazer para poupar é colocar parte do dinheiro amealhado em depósitos a prazo e o resto em fundos, ações e obrigações.
“Pensem em poupar numa lógica de médio e de longo prazo, pensem no que gostariam de fazer daqui a dois anos, ou a partir dos 18 anos de idade. Podem conduzir, viajar mais e pensem no dinheiro que precisam. Pensem no dinheiro que conseguem poupar todos os meses e, sobretudo, nos momentos em que recebem mais: nos aniversários e no Natal”, disse o ministro.
Por outro lado, avisou que é preciso assumir sacrifícios porque não se pode comprar tudo e aconselhou que é mais fácil “negociar” com os pais quando se tem poupado algum dinheiro.
Da mesma forma aconselhou os alunos a pensarem nos produtos bancários “diversificados” que têm disponíveis.
“A melhor opção que têm é abrir uma conta no banco e colocarem uma parte em fundos que possam ter mais retorno (depósitos e fundos). Cuidado com o risco. Assumam o risco, mas não assumam demasiado. Cuidado com as fraudes na internet e estudem bastante”.
No final da aula, um aluno perguntou ao ministro se “vale a pena” investir em criptomoedas, mas foi desaconselhado pelo ministro das Finanças.
“Se estivesse aqui o meu secretário de Estado do Orçamento ele diria entusiasticamente que sim (…) porque ele é um investidor acérrimo em criptomoedas. A minha sugestão é que não mais do que 1% ou 2% do dinheiro que tu tenhas”, disse o ministro das Finanças dirigindo-se ao aluno do 11º ano.
Para Joaquim Miranda Sarmento quem investiu nas criptomoedas nos últimos anos ganhou dinheiro, mas considerou que “se trata de uma bolha”, porque os ativos tendem a valorizar-se sem uma razão económica subjacente.
Paralelamente, o ministro das Finanças frisou que o estudo é muito importante para o futuro dos jovens, de qualquer escola, e criticou as listas de classificação das escolas.
“Fala-se muito nos ‘rankings’ das escolas. São completamente irrelevantes porque a jornada é feita por cada um de vocês. Eu estudei nesta escola e sou professor na faculdade e sou ministro de Estado e das Finanças”, afirmou.
O ministro disse que os jovens hoje têm acesso a toda a informação que existe e que, atualmente, os estudantes “têm um campo de oportunidades” maior do que no passado, como estudar no estrangeiro.
Hoje, para assinalar o Dia da Poupança, decorreram em escolas de todo o país iniciativas sobre literacia financeira com a participação de membros do Governo, académicos e de dirigentes de instituições.
Além do ministro das Finanças, também o Governador do Banco de Portugal esteve presente numa escola secundária de Coimbra.
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