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Milão enterra os corpos não reclamados de vítimas do coronavírus

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 23-04-2020
A cidade de Milão, na região italiana mais atingida pelo coronavírus, começou hoje a enterrar dezenas de vítimas da pandemia da covid-19 cujos corpos não foram reclamados pelos seus próximos.

Filas compactas de pequenas cruzes brancas foram alinhadas frente às fossas abertas por retroescavadoras para receber os cadáveres.

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A Lombardia, com a capital em Milão e centro económico do país, registou cerca de 13.000 mortos desde o início da pandemia, mais de metade dos óbitos registados na península itálica devido à covid-19.

“Não é uma fossa comum, é um espaço inteiramente dedicado às pessoas que infelizmente morreram sem terem próximos junto de si”, disse aos media Roberta Cocco, adjunta responsável, entre outras funções, pelos serviços funerários e cemitérios da capital lombarda, quando os primeiros 61 corpos eram inumados no cemitério de Musocco.

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“Temos aqui 61 pessoas que morreram durante este terrível período, cada uma delas tem um nome de uma cruz para permitir que sejam reconhecidas”, precisou. “Isto não significa que não tenham família, significa que durante este período particular, e cinco dias após a morte, não recebemos qualquer indicação sobre o que deveria ser feito desta pessoa”.

Devido ao aumento do número de mortos e ao risco de saturação das morgues, Milão decidiu reduzir de 30 para cinco dias o prazo durante o qual as famílias e os próximos das vítimas podem recuperar os corpos.

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As famílias impossibilitadas de reclamar um corpo devido às drásticas medidas de confinamento, ou pelo seu próprio estado de saúde, terão a possibilidade de recuperá-lo ao fim de dois anos “por motivos sanitários”, explicou Roberta Cocco.

O espaço reservado aos mortos não reclamados pode acolher até 600 corpos, mas as autoridades milanesas esperam não utilizar todas as sepulturas disponíveis.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou perto de 184 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Cerca de 700 mil doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (46.785) e mais casos de infeção confirmados (mais de 842 mil).

Seguem-se Itália (25.085 mortos, em mais de 187 mil casos), Espanha (22.157 mortos, mais de 213 mil casos), França (21.340 mortos, mais de 155.800 casos) e Reino Unido (18.738 mortos, mais de 138 mil casos).

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