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Mercadona vem mesmo para Coimbra: fomos ouvir o que se fala no Atrium Solum (com vídeos)

Zilda Monteiro | 1 ano atrás em 30-12-2022

A Mercadona vem mesmo para Coimbra, estando a abertura do novo supermercado prevista para 2024, no Atrium Solum.

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O Notícias de Coimbra foi ouvir, esta sexta-feira, o que pensam clientes e comerciantes e, de uma forma geral, todos consideram que pode trazer benefícios para a cidade mas não concordam com a localização escolhida. Os utilizadores temem o fim do ambiente de convívio que é habitual no centro comercial e os comerciantes mostram preocupação com o seu futuro, estando já à procura de novas localizações para os seus negócios.

Regina Ferreira, 60 anos, florista, contou ao Notícias de Coimbra que está no Atrium Solum desde que abriu, em 2004, e que “é feliz” neste local, um “espaço privilegiado na cidade, muito bem frequentado e que era importante que se mantivesse”. Explicou que concorda com “a vinda da Mercadona para Coimbra mas noutra localização”. Quanto ao seu futuro, disse “não ter ainda ideia” do que irá fazer.

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A mesma opinião tem Cristina Santos, 60 anos, enfermeira e colaboradora na loja Musa. Considera que a vinda do supermercado é “uma mais valia para Coimbra, apesar da cidade estar intoxicada de grandes superfícies”. No seu entender, “é bom que venha mas não para o Atrium Solum”, já que em locais da “periferia da cidade, com muito bons acessos, a Mercadona iria ter um espaço muito melhor”.

Cristina Santos explicou que “o Atrium Solum é um espaço que é utilizado por muita gente, nomeadamente pessoas que vivem nesta zona e que já estão reformadas”, de diversas profissões, que “ali se encontram, utilizam a parte da restauração, que está sempre cheia”. É um espaço de convívio e encontro que, como frisou, “é uma pena acabar”.

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Sobre o futuro da loja, adiantou que já começaram a procurar novo espaço na mesma área mas “não está fácil”, porque “não há assim tantas lojas na cidade de Coimbra e as que temos encontrado têm preços muitíssimo elevados”. Assegurou, contudo, que continuarão a procurar, porque não querem deixar os clientes sem as suas marcas.

Manuel Lobão, 63 anos, reformado, é um dos clientes habituais do centro comercial Atrium Solum. Teme, como contou ao Notícias de Coimbra que a vinda da Mercadona para o local venha “cortar relações de convívio entre várias gerações” que ali se encontram todos os dias.

“É um espaço de convívio, temos uma fase do dia em que temos os idosos, outra em que temos os mais jovens, nos dias em que fecham as escolas temos aqui as crianças e, possivelmente, o fecho deste centro comercial vai quebrar essa ligação entre gerações”, frisou.

Compreende que “é legítimo” da parte da Mercadona instalar-se no local, assim como da “parte dos proprietários venderem o espaço”, mas admite que os clientes “não ficaram muito satisfeitos”, até porque “já há demasiados hipermercados na zona para fazerem compras”.

Manuel Lobão contou que o Atrium Solum funciona um pouco como “centro de dia” mas também como “ponto de encontro entre políticos da cidade”. Não esconde que tem “pena por perder um espaço emblemático desta área da cidade”.

Contactada por NDC, Cecília Tavares, da empresa proprietária do espaço, declinou o nosso convite para se pronunciar sobre a transação com a Mercadona.

Carlos Rocha, 56 anos, padeiro, entende que a vinda da Mercadona para Coimbra traz “benefícios mas também inconvenientes” para a cidade. E os inconvenientes, para este utilizador frequente do Atrium Solum, passam precisamente pela localização escolhida. “Este é um espaço de lazer muito bom, que é importante para o convívio, já que é um ponto onde as pessoas se encontram para beber café, almoçar ou jantar”, explicou.

Sobre a vinda da Mercadona para a cidade, considera que “quando se criam novos postos de trabalho é sempre bom”.

A Mercadona confirmou, esta sexta-feira, que vai abrir no Atrium Solum, em 2024. Com esta loja, a empresa prevê criar “novos empregos na cidade, estáveis e de qualidade, com contrato fixo desde o primeiro dia e condições acima da média do setor”.

Vai trazer para Coimbra o seu modelo de “Loja Eficiente”, que tem vindo a abrir em Portugal desde 2019 e se caracteriza por uma sala de vendas de cerca de 1.900 metros quadrados. Tal como nas restantes lojas, também esta terá as secções de Talho, Peixaria, Charcutaria, Pastelaria e Padaria, Perfumaria, Cuidado do Lar e Animais de Estimação, Frutas e Legumes e Garrafeira.

Vai contar ainda com uma secção de Pronto a Comer com self-service e várias opções de pratos preparados para levar para casa ou aquecer e comer na zona de mesas existente no supermercado. Adianta que esta zona, que vai ficar inserida numa galeria de 400 metros quadrados com luz natural, vai ser ampliada nesta loja “para proporcionar um espaço de convívio” e que os clientes terão à disposição uma máquina de café.

Dentro do seu modelo, a empresa procura aplicar sempre as suas políticas de “boa vizinhança” e assim, além das melhorias significativas que levará a cabo nas zonas comuns do condomínio, refere que “foram realizados estudos acústicos, com o objetivo de que a operação do supermercado fosse ‘invisível’ aos vizinhos, definindo assim as melhores soluções técnicas para insonorizar a loja e garantir as descargas silenciosas da mercadoria”.

A chegada a Coimbra será mais um passo dentro da relação que a Mercadona já mantém com o distrito há vários anos, trabalhando com fornecedores locais que abastecem as suas lojas em território nacional, tais como a Quinta de Jugais, Frutitaipina, Maçarico ou a Nutriva, que produz a famosa tarte de bolacha que já é um sucesso de vendas da Mercadona.

Para Carla Cunha, Diretora de Relações Externas em Coimbra, “Coimbra é uma das maiores cidades no panorama nacional e para a Mercadona é um marco importante poder dizer que está a chegar”, depois dos “apelos” que tem recebido para abrir uma loja na cidade. Assegura que desenvolveram um projeto em conjunto com diversos elos da sociedade do qual estão orgulhosos e acredita que a nova loja vai valorizar uma zona nobre da cidade como é a Solum.

De referir que, no próximo ano, a Mercadona abrirá o seu primeiro supermercado do distrito, localizado junto às Abadias na Figueira da Foz, onde prevê ter 65 colaboradores.

Veja os vídeos dos diretos NDC:

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