Um menino de 10 anos, que passou várias semanas vivendo com o pai numa casa abandonada em Delães, Vila Nova de Famalicão, revelou pouco sobre o que se passou, tentando proteger o progenitor, que detinha a guarda da criança desde 2021.
“O menino disse-me várias vezes que sabia que aquilo não era bom, que sabia que o pai estava doente. O meu filho tinha muita pena dele, disse-me que viu situações de consumo”, relatou a mãe ao Correio da Manhã, que residia em França.
Segundo a mãe, a criança enfrentou condições precárias durante o período em que esteve desaparecida desde julho. A casa era partilhada com toxicodependentes e o menino tinha pouco acesso a comida.
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“O meu filho passou muita fome, mas disse que sabia que eu o ia buscar, ele rezava para eu o salvar”, acrescentou a mãe, explicando que a criança testou positivo à cocaína. “Ele garante-me que o pai não o obrigou a consumir, terá sido pela inalação do fumo que existia na casa”, disse.
O historial do menor evidencia uma vida marcada por tragédias e negligência desde muito cedo. Um relatório psicológico indica que ele viveu numa instituição até aos dois anos e, posteriormente, com a mãe e o padrasto, mas sofria de negligência. A avó materna, em 2021, revelou que a criança ficava sozinha em casa, com portas e janelas trancadas, recebendo apenas pão e leite.
O mesmo relatório aponta ainda para a existência de uma plantação de droga na residência, expondo o menor a situações de perigo contínuo.
O caso evidencia o risco extremo a que a criança esteve exposta, incluindo fome, contacto com drogas e negligência familiar, e levanta questões sobre a proteção de menores em contextos de vulnerabilidade.
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