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Médio Oriente: Governo reitera apelo a portugueses na flotilha para que fiquem em águas internacionais

O Governo reiterou hoje o apelo aos ativistas portugueses a bordo da flotilha que pretende levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza para que se mantenham em águas internacionais, alertando para “riscos muito sérios”.
“Dada a informação disponível sobre a localização atual da flotilha, fazemos um novo apelo a que não deixem as águas internacionais; sair desse espaço comporta riscos muito sérios de que estarão decerto cientes”, escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, à líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, à atriz Sofia Aparício e ao ativista Miguel Duarte.
Na mensagem, a que a agência Lusa teve acesso, o chefe da diplomacia portuguesa recorda que as fragatas italianas que se disponibilizam para prestar ajuda consular e humanitária não sairão das águas internacionais.
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A Marinha israelita já disse estar pronta para intercetar a Flotilha Global Sumud, composta por mais de 50 embarcações com destino a Gaza e que deverá entrar hoje à noite na zona de risco israelita.
“Sem pôr em causa o respeito pela autonomia individual, deixamos este novo apelo e recordamos que há disponibilidade efetiva para fazer chegar a ajuda humanitária que transportam a Gaza através de Chipre”, insistiu o Governo.
Esta proposta, avançada por Itália e que teria a colaboração da Igreja Católica, já foi rejeitada pelos ativistas, que afirmam querer romper o bloqueio israelita ao enclave palestiniano.
Na mesma mensagem, Rangel refere que as autoridades italianas “têm reiterado este pedido para que não se deixe esse domínio marítimo internacional”.
“A proteção que nos asseguraram só pode ser dada nesse espaço”, sublinhou.
A Marinha israelita planeia transferir os ativistas para um grande navio militar e rebocar as embarcações para o porto de Ashdod, com a possibilidade de algumas serem afundadas no mar, indicaram fontes militares à estação pública israelita Kan.
Israel tem reiterado que não permitirá a entrada da flotilha nas águas de Gaza, mantendo o bloqueio imposto ao enclave palestiniano.
A Flotilha Global Sumud é considerada a maior flotilha humanitária organizada até ao momento.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 66 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 400 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças.
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