Coimbra

Médicos do Centro apelam à revisão de procedimentos para evitar contaminação

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 17-03-2020

O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, apelou hoje aos hospitais públicos e privados e unidades de saúde para protegerem os seus profissionais neste combate à pandemia de Covid- 19.

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Em declarações à agência Lusa, Carlos Cortes disse que é “muito grave” o que está acontecer, com os profissionais de saúde desprotegidos por falta de máscaras, equipamento de proteção individual ou soluções alcoólicas.

“Não é aceitável, mas compreendemos a falta de material. Por isso, têm de ser revistos todos os procedimentos e planos de contingência elaborados, que não tinham em conta a carência de material, para que os profissionais de saúde, que estão na linha da frente, possam estar protegidos”, sublinhou.

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Segundo Carlos Cortes, a SRCOM tem informação de que no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) há mais 100 profissionais em saúde em isolamento, “bem como casos em todos os hospitais da região, porque tiveram contacto com doentes infetados com o vírus sem estarem protegidos”.

Para este responsável, “está-se a dizimar as tropas que estão na linha da frente, o que pode ter um impacto muito negativo sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

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“As pessoas estão a ser empurradas para a frente de combate sem proteção, o que não é admissível e estrategicamente é um erro gravíssimo que poderemos vir a pagar nas próximas semanas”, frisou.

O presidente da SRCOM insiste que é “imperioso que todos os procedimentos que foram definidos há relativamente pouco tempo sejam revistos devido a esta carência que existe de material”.

“São necessários procedimentos alternativos para que os profissionais estejam protegidos. Se não tivermos este cuidado, não vamos ter ninguém na frente de combate”, alerta Carlos Cortes.

O presidente do Conselho Diretivo da Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros (SRCentro) partilha das mesmas preocupações perante a pandemia do novo coronavírus, considerando que os enfermeiros “não podem, em circunstância alguma, prestar cuidados de saúde sem o respetivo equipamento de proteção individual”.

“Os enfermeiros não podem, não devem, em circunstância alguma, prestar cuidados a doentes com patologia respiratória, doentes suspeitos e doentes com teste positivo, sem o respetivo equipamento de proteção individual”, defendeu Ricardo Correia de Matos.

O responsável adverte que não se pode cometer “os mesmos erros de outros países”.

“Os profissionais têm de estar protegidos para poderem cuidar”, sublinhou.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram. Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Portugal registou na segunda-feira a primeira morte.

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