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“Médico da morte” condenado a prisão perpétua por envenenar 30 doentes

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 hora atrás em 18-12-2025

Imagem: DR

Um tribunal francês considerou hoje o anestesista Frédéric Péchier culpado de envenenar 30 pacientes, 12 dos quais morreram, entre 2008 e 2017 e condenou-o a prisão perpétua.

O Tribunal de Assize de Doubs, no leste de França, aplicou uma pena mínima de 22 anos. Os pacientes foram envenenados em duas clínicas em Besançon entre 2008 e 2017.

O tribunal misto, composto por seis jurados assistidos por três juízes, não acreditou na declaração de inocência do arguido, apresentada durante três meses no tribunal de Besançon, devido à falta de provas diretas.

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“Há oito anos que luto contra aqueles que me acusam de ser um envenenador. Fiz um juramento em 1999 e sempre o respeitei, o Juramento de Hipócrates”, afirmou o médico na passada segunda-feira, na sua declaração final.

Apesar disso, o júri aceitou os argumentos da acusação, que sustentava que Péchier era o único que poderia ter cometido estes crimes e que o fez por despeito contra alguns dos seus colegas médicos, dos quais se queria vingar.

Os advogados de defesa já manifestaram a intenção de recorrer da sentença, embora isso não impeça a sua prisão preventiva, apesar de ter comparecido em liberdade durante o julgamento.

O anúncio da sentença provocou grande comoção entre a família do anestesiologista, sobretudo os seus filhos e a sua mãe, que se desfizeram em lágrimas ao ouvir o veredicto de culpado, segundo a imprensa local presente no tribunal.

A acusação descreveu Péchier, de 53 anos, como um “serial killer” e um “médico da morte”, que injetava potássio e outras substâncias nos pacientes para induzir uma paragem cardíaca, com o objetivo de desgastar psicologicamente os médicos com quem tinha conflitos.

Embora não tenham encontrado provas formais dos seus atos, os investigadores consideraram o anestesiologista o único elo comum entre todas as mortes.

O médico Frédéric Péchier foi acusado pela primeira vez em 2017 de sete casos de envenenamento, dos quais dois foram mortais. Nessa altura, o médico seria libertado sob supervisão judicial.

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