Coimbra

Medicina Legal mais preparada para enfrentar situações de catástrofe

Notícias de Coimbra | 8 anos atrás em 03-09-2016

Imaginemos um cenário de catástrofe com múltiplas vítimas. Na sala de autópsias, os cadáveres alinhados à espera de um nome – o próprio nome. Em redor da mesa, peritos médico-legais: médicos, agentes policiais, técnicos e funcionários administrativos. Todos a trabalharem de forma metódica, organizada, para encontrar as respostas que a sociedade exige.

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O exercício prático teve lugar hoje (sábado, 3 de Setembro), numa iniciativa do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), que trouxe a Portugal o perito britânico Howard Way, coordenador do grupo de trabalho da Identificação de Vítimas de Desastres de Massa da Interpol.

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Durante toda a manhã, nas instalações da Delegação do Sul do INMLCF, em Lisboa,  duas dezenas de profissionais do próprio Instituto, oriundos de todo o país, e uma dezena de profissionais do Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária recriaram com a ajuda de figurantes um cenário de catástrofe – seja um atentado, a queda de um avião, um tremor de terra ou uma enxurrada, apara dar alguns exemplos.

As equipas mistas, de elementos do INMLCF e da PJ, trabalharam com afinco. Desde o início até às autópsias dos “cadáveres”.

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Começaram pela recolha dos objetos pessoais das “vítimas” – anéis, pulseiras, colares. Estiveram atentos aos pormenores – tatuagens, sinais particulares, dentição. Tudo foi fotografado, medido e devidamente anotado, num formulário da Interpol que a partir de agora passa a estar disponível em língua portuguesa.

Não é de estranhar esta novidade, porque se tratou de um curso inovador: nunca antes se realizara em Portugal uma ação semelhante. O facto, aliás, foi sublinhado pela secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Dra. Helena Mesquita Ribeiro, na sessão de abertura realizada na tarde de quinta-feira. “Através desta iniciativa, o Instituto demonstra, uma vez mais, estar na vanguarda da investigação e das boas práticas nas áreas que integram as suas atribuições”, disse a governante.

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A Equipa de Deastres de Massa (ou desastres com múltiplas vítimas) do INMLCF, desde sempre chefiada por Maria Cristina de Mendonça, encontra-se reforçada a partir de agora, quer em número de elementos quer na sua capacidade de resposta.

O espírito de colaboração entre o INMLCF e a Polícia Judiciária também foi reforçado.

No final dos três dias de trabalho essencialmente prático, Howard Way confessou-se satisfeito com esta primeira presença em Portugal, tanto pelos equipamentos que encontrou, como pelo qualidade técnica e empenho demonstrados pelos participantes no curso.

 João Pinheiro, vice-presidente do INMLCF e que também fez parte do lote de formandos, prevê para breve a realização de outros cursos, semelhantes, alargando o leque dos destinatários aos quadros da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

“No final deste curso o INMLCF está muito melhor preparado para responder aos desafios que o país nos venha a colocar, seja em território nacional seja no estrangeiro”, acrescentou João Pinheiro.

 

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