O candidato presidencial Luís Marques Mendes defendeu hoje que para resolver “o pesadelo” da habitação é preciso “dinamizar o mercado de arrendamento” e gerar confiança nos senhorios, desafiando os principais partidos para um entendimento.
Marques Mendes falava aos jornalistas no final de uma visita à Cáritas, em Lisboa, no decorrer da qual classificou a atual situação no mercado de habitação como “um pesadelo”, que “vem influenciar muito negativamente a vida das pessoas”.
Na sua opinião, “construir mais casas é o caminho de futuro, mas leva anos”.
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“O que está previsto são à volta de seis anos, e as pessoas não podem estar seis anos à espera de ter uma casa. O que significa que falta ainda aqui dinamizar uma outra área, o mercado do arrendamento. Há casas disponíveis em Portugal, sobretudo nos grandes centros urbanos, só que os seus proprietários não as arrendam, porque não têm confiança. Então é preciso gerar confiança e dinamizar o mercado do arrendamento”, considerou.
O candidato a Presidente das República deixou um desafio “ao Governo e aos partidos, que apostem no arrendamento, porque é uma solução mais rápida, porque é uma solução que pode, enquanto não se constroem as casas necessárias, colocar várias habitações à disposição, sobretudo das famílias mais vulneráveis, em particular dos jovens”.
Luís Marques Mendes considerou que, para tal, “é preciso baixar impostos em matéria de arrendamento, para que haja um incentivo a arrendar e, segundo lugar, é preciso conquistar a confiança”.
“Se os principais partidos que estão no Governo ou que aspiram a ser Governo, fizerem um entendimento a 10 anos dizendo que as regras são estas e não vamos alterá-las em 10 anos, comprometemo-nos a isso, as pessoas passam a ter confiança”, defendeu.
O candidato e antigo líder do PSD atribuiu a perda de confiança à “decisão completamente imbecil, estúpida e absurda do Governo anterior de dizer que ia fazer o arrendamento coercivo, à força e aí as pessoas passaram a ter medo”.
Questionado também sobre uma eventual revisão constitucional, o antigo líder do PSD referiu que essa é uma matéria do parlamento e defendeu que “não faz sentido nenhum” neste momento.
“As prioridades do país, dos portugueses, são a habitação, a saúde, a educação, a imigração. Algum português alguma vez pediu uma revisão constitucional? Não há nada em Portugal que não se possa fazer com a atual Constituição, portanto acho um absurdo”, acrescentou.
Nesta visita à Cáritas, em Lisboa, Luís Marques Mendes destacou o plano social como uma das “questões centrais na vida nacional” e justificou a visita como forma de “prestar homenagem” àquela instituição.
“A Cáritas é uma grande instituição que vai fazer 50 anos de vida no próximo ano e que tem, a nível nacional, um papel insubstituível no apoio a vários setores carenciados, setores frágeis da sociedade”, destacou, defendendo igualmente que esta instituição é “um caso notável e sem ela e sem a sua intervenção social, a vida em Portugal era muito mais difícil”.
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