Coimbra

Marisa Matias é a cabeça de lista do Bloco de Esquerda para o Parlamento Europeu

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 15-02-2014

A eurodeputada Marisa Matias é a cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) às eleições europeias de maio, anunciou hoje a coordenadora do partido Catarina Martins.

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“Decidimos que a melhor protagonista para esta campanha europeia é a Marisa Matias”, revelou Catarina Martins na abertura de uma conferência nacional do partido que decorre hoje e no domingo em Lisboa.

“Orgulhamo-nos do que tem sido o património do BE no Parlamento Europeu. Orgulhamo-nos do trabalho do Miguel Portas, da Marisa Matias, da Alda Sousa. Sabemos como os nossos eurodeputados estiveram em todas as lutas, não falharam em nenhuma”, enalteceu ainda a bloquista.

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Nas europeias de 2009, Marisa Matias concorreu como número dois nas listas do Bloco, atrás do então cabeça de lista Miguel Portas, e está em Bruxelas desde então.

Nascida em Coimbra a 20 de fevereiro de 1976, a poucos dias portanto de completar 38 anos, Marisa Matias é doutorada em Sociologia e pertence à Mesa Nacional e à Comissão Política do Bloco.

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A cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) às eleições europeias de maio, Marisa Matias, assumiu hoje ter uma “dupla responsabilidade” por suceder a Miguel Portas e pela atual crise “tutelada pela Comissão Europeia e Banco Central Europeu”.

Falando na conferência nacional do partido que decorre hoje e no domingo em Lisboa, a atual eurodeputada e novamente candidata a Bruxelas começou por lembrar junto dos militantes do Bloco a “importância histórica do próximo combate eleitoral”, as europeias de 25 de maio.

“Percebe-se bem o tamanho da responsabilidade. Mas é esta responsabilidade acrescida que nos motiva e nos dá ânimo, com a certeza que não baixaremos os braços perante a força do nosso inimigo. A austeridade permanente, aplicada com zelo e devoção pelo Governo de Passos Coelho e Paulo Portas, corporizada no tratado orçamental que teve o voto favorável do PS de António José Seguro. É esse inimigo que queremos vencer”, declarou Marisa Matias.

A “maior recessão” da Europa “depois da II Guerra Mundial” leva a que no sufrágio que se avizinha os eleitores questionem as opções do executivo e das instituições europeias que, diz a bloquista, “desqualificam os cidadãos” e “retiram a esperança, futuro e dignidade do país”.

Marisa Matias defende uma “solução urgente para a reestruturação das dívidas das economias periféricas, bem como as reformas do sistema financeiro prometidas na sequência da crise financeira mas nunca concretizadas”.

A eurodeputada acusou ainda a direita de estar a “cuidadosamente encenar” uma “euforia à volta do anunciado milagre económico”.

“Como é que se pode falar em milagre económico quando, três anos passados [sobre a ajuda externa] o país está mais desigual, mais pobre, viu sair centenas de milhares de pessoas a quem negou o presente e fechou o futuro?”, interrogou.

Rejeitando “mais sacrifícios em nome do euro”, o Bloco pretende “fazer o resgate da democracia contra o federalismo burocrático”, sempre na defesa de Portugal e de “outra Europa” à atual.

No primeiro discurso após a confirmação do papel de cabeça de lista às europeias deste ano, Marisa Matias lembrou Miguel Portas, falecido em 2012.

“As próximas eleições europeias são as primeiras em que o Bloco se candidata sem que Miguel Portas seja o seu cabeça de lista. Todos sabemos o quanto devemos ao Miguel. As posições europeias do Bloco confundem-se com o legado e a imagem do Miguel, e disso temos orgulho”, assinalou.

Para as eleições de maio, o partido almeja eleger dois eurodeputados, declarou na sexta-feira à agência Lusa o coordenador João Semedo.

“Hoje temos uma boa representação no Parlamento Europeu, temos duas eurodeputadas, estamos muito satisfeitos com qualquer uma delas. O nosso objetivo nas próximas eleições é reproduzir esta representação que temos hoje no Parlamento Europeu”, disse o coordenador bloquista, que reparte a liderança do partido com Catarina Martins.

No sufrágio de há cinco anos o partido conseguiu eleger três eurodeputados, tendo o terceiro dos quais, Rui Tavares, abandonado entretanto a delegação do partido em Bruxelas e passado a independente.

Este ano, contudo, Portugal elegerá para o hemiciclo europeu 22 deputados, menos um que há cinco anos, sendo que o último eleito nas europeias então foi precisamente Rui Tavares.

No hemiciclo europeu o Bloco integra grupo político de esquerda GUE/NG – Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica.

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