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Manifestantes pela eliminação da violência obstétrica exigem novas práticas às maternidades do CHUC (com vídeos)

Bruna Correia | 1 ano atrás em 06-11-2022

Este domingo, dia 6 de novembro, diversos pontos do país uniram-se para a manifestação pacífica pela Eliminação da Violência Obstétrica e Coimbra não foi exceção. A luta pelo parto respeitado, pelo protagonismo da mulher e da família e pela preservação do Serviço Nacional de Saúde que possa prestar uma assistência de qualidade foram as razões que uniram famílias junto da Maternidade Doutor Daniel de Matos.

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Nos cartazes leram-se frases como “Aqui sofri violência obstétrica. Aqui luto!”, “Há 25 anos era igual. Violência obstétrica não devia ser transgeracional” ou “Junt@s num nascer consciente por tod@s”.

Segundo Beatriz Pires, do movimento Nascer em Coimbra, foi “uma concentração de pessoas que, de alguma forma, já vivenciaram violência obstétrica ou observaram que ela existia”. Psicóloga, destacou que “há 25 anos era igual”, uma vez que também a sua mãe foi vítima de violência obstétrica.

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“Enquanto psicóloga tive a oportunidade de ver no local as coisas a acontecerem, através do contacto que tinha com as grávidas. E tudo começava com algo muito simples como a dúvida de como seria o procedimento e como seria administrada alguma medicação”, avançou ao NDC.

“Por que é que ainda são dadas doses de analgesia que impossibilitam uma mãe de se levantar ou ter qualquer sensação durante o parto? Por que se impede, por rotina, alguém de comer ou beber? Por que se obriga uma mãe a parir deitada, desafiando as leis da física e contrariando a força da gravidade?”. Estas são algumas das questões presentes no memorando a ser enviado por correio registado já esta segunda-feira, dia 7 de novembro, para as direções de obstetrícia das duas maternidades do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) — Maternidade Bissaya Barreto e Maternidade Doutor Daniel de Matos.

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Susana Pereira, do movimento “Nascer em Coimbra”, explicou que tudo começa a partir do momento em que não há um consentimento e uma explicação dos procedimentos que vão ser feitos, a razão e os seus riscos.

“E continuarem a realizar procedimentos que, segundo a evidência científica, não trazem qualquer benefício, nem para a mãe, nem para o bebé. E que já nem são recomendados pela Organização Mundial de Saúde, como é o caso da episiotomia ou a manobra de empurrar o bebé em cima da barriga para ajudar a expulsá-lo. Muitas vezes não é dado espaço para que o parto ocorra naturalmente”, mencionou.

Foi ainda referida a “violência psicológica” e o “o impacto que tem não só no corpo físico da mãe ou do bebé”. “Há mães que depois não conseguem desenvolver um elo emotivo com as suas crianças devido à dor que sofreram no parto”, adiantou Susana Pereira ao NDC.

Além do movimento Nascer em Coimbra, a manifestação contou com o Observatório de Violência Obstétrica, o Little Humans – Parentalidade, Saúde Pélvica e Materno-Infantil e o HeForShe Coimbra.

Veja os vídeos dos diretos do NDC:

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