Saúde
“Mania das doenças”? Quando o medo da saúde esconde um problema mais sério

Imagem: depositphotos.com
Sente que está sempre à procura de sintomas? Passa horas a pesquisar doenças na internet, convencido de que pode ter algo grave, mesmo com exames normais? Pode estar a sofrer de hipocondria — ou, em termos clínicos, perturbação de ansiedade de doença.
A preocupação com a saúde é natural. Mas quando se torna constante, angustiante e interfere com o dia a dia, pode deixar de ser um cuidado legítimo e passar a ser um transtorno psicológico.
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Segundo a médica Inês de Matos Ferrão do Hospital Lusíadas, a hipocondria é uma doença mental com sintomas persistentes, marcada por uma preocupação obsessiva com a possibilidade de ter doenças graves, mesmo na ausência de sinais médicos evidentes.
Os sinais de alerta incluem: “Verificação compulsiva do corpo; Medição obsessiva de temperatura, batimentos ou tensão; Pesquisa intensa de sintomas na internet; Visitas frequentes ao médico sem alívio; Medo constante de diagnóstico errado; Conversas focadas em doenças e sintomas e isolamento social por medo de adoecer”.
Em alguns casos, o doente pode evitar médicos por receio de confirmar um diagnóstico catastrófico.
As causas ainda não são totalmente compreendidas, mas há fatores de risco bem identificados: “Historial familiar de ansiedade ou doenças graves; Experiências traumáticas na infância; Pais excessivamente preocupados com saúde; Presença de outros distúrbios como ansiedade generalizada ou POC”.
Há estratégias práticas para gerir os sintomas no dia a dia: “reestruturação de pensamentos: substituir ideias catastróficas por hipóteses mais racionais e técnicas de grounding e respiração profunda, que ajudam a recentrar e a reduzir os níveis de ansiedade, bem como exercício físico regular, sobretudo atividades com foco no relaxamento, como yoga ou pilates”.
Apesar de úteis, estas estratégias não substituem apoio profissional.
Se a ansiedade com a saúde estiver a interferir com o trabalho, relações pessoais ou qualidade de vida, é hora de procurar um especialista. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) combinada com acompanhamento psiquiátrico é a abordagem mais eficaz.
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