Justiça

Mandarim de Leiria pede polícias gratificados para garantir segurança

Notícias de Coimbra com Lusa | 11 meses atrás em 22-06-2023

A discoteca Mandarim, em Leiria, anunciou hoje que vai aplicar consumo mínimo obrigatório nos dias de maior afluência e vai solicitar à PSP o serviço de polícias gratificados para garantir a segurança dos seus clientes.

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Numa nota de imprensa enviada hoje às redações, a Contemplestrela, Lda, proprietária dos estabelecimentos de diversão noturna Mandarim, em Leiria e Coimbra, acrescentou que vai ainda solicitar uma reunião “urgente ao Comando Distrital da PSP por forma a peticionar que se estabeleça um plano de patrulhamento adequado da diversão noturna na cidade de Leiria, prestando a colaboração e informação necessárias”.

Estas medidas surgem na sequência de agressões na madrugada de domingo junto de um estabelecimento de diversão noturna na cidade de Leiria e cujas imagens estão a circular nas redes sociais.

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Num comunicado, na segunda-feira, a PSP de Leiria informou que pelas 02:40 de domingo foi pedida a presença da Polícia “por terem ocorrido agressões entre vigilantes e clientes” do estabelecimento.

“À chegada dos meios policiais, já não estava a ocorrer qualquer situação de agressões”, referiu a PSP, explicando que “foram identificadas as vítimas e testemunhas da ocorrência, já não se encontrando no local os suspeitos das agressões”.

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Na nota da discoteca, referiu-se que os serviços gratificados que irá solicitar “serão pagos pela empresa para garantir a segurança do exterior do estabelecimento de diversão noturna entre a 01:00 e as 05:00, todos os dias de abertura da discoteca”.

Às sextas-feiras e sábados, dias de maior afluência na discoteca, “será aplicado o sistema de consumo mínimo obrigatório, no valor de 12 euros, revertido em consumíveis”.

“Considerando que a empresa tem como dever assegurar a segurança no interior do estabelecimento – o que tem feito, dispondo de todo o equipamento de segurança e vigilância para o efeito –, encontrando-se a sua ação limitada a esse espaço, a Contemplestrela, Lda está empenhada em prestar a sua colaboração às autoridades policiais e ao município para debelar os potenciais problemas de segurança que se façam sentir na cidade de Leiria”.

Segundo a empresa, a discoteca “não pode permitir que lhe sejam associados comportamentos violentos que não têm qualquer origem no seu estabelecimento, sofrendo daí consequências desnecessárias, somente para aplacar a opinião pública, e que não tratam a raiz do problema – falta de meios dados das autoridades policiais para adequado e contínuo patrulhamento das áreas de diversão noturna”.

“Desengane-se quem entenda que são os estabelecimentos de diversão noturna por si que geram ou potenciam a violência a que se assiste por esse país, em especial no período noturno – exceção, evidentemente, feita àqueles que se envolvam em atividades ilegais e com relevância criminal”.

Para a empresa, “este é um fenómeno social que tem que ser devidamente equacionado pelas autoridades competentes, e cuja responsabilidade não pode continuar a ser identificada, de forma unidirecional, nos estabelecimentos de diversão noturna que cumprem as apertadas e dispendiosas exigências legais e regulamentares de serviço e equipamentos para poderem proporcionar aos seus clientes serviços de diversão noturna, em segurança, como é o caso do Mandarim”.

Na terça-feira, o presidente da Câmara de Leiria disse ser favorável ao encerramento da discoteca na cidade junto à qual ocorreram na madrugada de domingo agressões se essa for a solução do Ministério da Administração Interna.

Segundo afirmou Gonçalo Lopes à agência Lusa, em Porto de Mós, à margem de uma reunião de comunidades intermunicipais, se esta medida for tomada e se for solicitado parecer ao município, este “será favorável a esse encerramento”.

O presidente da Câmara adiantou que escreveu ao ministro da Administração Interna sobre este “momento de alguma preocupação relativamente à segurança e à tranquilidade pública”, e que defendeu a reposição da paz e segurança.

Gonçalo Lopes solicitou ainda que seja avaliado o histórico deste tipo de acontecimentos, assim como a segurança rodoviária nas imediações daquele espaço, além do apuramento de “todas as responsabilidades” e “tomadas medidas urgentes”.

“Quando assistimos a momentos de violência extrema como aquele que se registou com aquela gravação de vídeo é algo que deve preocupar qualquer autarca e qualquer cidadão. Poderia ter resultado numa tragédia bem pior”, alertou.

O comandante distrital de Leiria da PSP, José Figueira, declarou que esta ocorrência envolveu pessoas daquele estabelecimento, entre clientes e funcionários, mas também “funcionários de outros estabelecimentos” sediados na mesma artéria.

“Estamos a averiguar, vamos anunciar medidas em breve e vamos repor a ordem e a tranquilidade na cidade de Leiria”, assegurou.

A Lusa questionou o Ministério da Administração Interna, mas ainda não obteve resposta.

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