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Mais perigosos do que imaginava. Cozinhar com gás pode encurtar a sua vida em 2 anos

Um estudo recente realizado por investigadores espanhóis alerta para os riscos dos fogões a gás na saúde humana.
A pesquisa, liderada por cientistas da Universidade Jaume I e da Universidade de Valência, estima que estes aparelhos contribuem para cerca de 40.000 mortes prematuras por ano na União Europeia e no Reino Unido, encurtando a vida útil média em quase dois anos.
Os investigadores descobriram que os fogões a gás emitem dióxido de nitrogénio (NO₂) em níveis que frequentemente ultrapassam os limites de segurança da Organização Mundial da Saúde, especialmente em cozinhas mal ventiladas. Este poluente, bem como outros subprodutos tóxicos da queima de gás, como monóxido de carbono, benzeno e formaldeído, pode aumentar significativamente o risco de problemas respiratórios e até de cancro, pode ler-se na ZME Science.
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O estudo concentrou-se em países onde o uso de fogões a gás é mais comum, como Itália, Holanda e Reino Unido, e concluiu que mais de 50% das famílias nestes países utilizam este tipo de fogão. A investigação revela que a exposição prolongada a NO₂ em ambientes interiores representa um risco comparável ao do fumo passivo ou à poluição proveniente do tráfego rodoviário.
Do ponto de vista da saúde pública, “fogões a gás são tóxicos, e o problema das mortes prematuras é muito pior do que pensávamos”, afirmou Juana Maria Delgado-Saborit, principal autora do estudo.
A solução mais eficaz é substituir o fogão a gás por um fogão elétrico ou de indução, que não produz NO₂, benzeno ou monóxido de carbono. Para quem não pode fazer a transição, a ventilação é essencial: utilizar coifas e ventiladores, abrir janelas enquanto se cozinha e limitar o tempo na cozinha durante a utilização do fogão.
Embora a União Europeia imponha limites rigorosos para a qualidade do ar exterior, não existem padrões equivalentes para o ar interior, deixando milhões de europeus expostos a níveis perigosos de poluição em casa, onde passam a maior parte do tempo. As crianças e pessoas com problemas respiratórios, como asma, estão particularmente vulneráveis.
O estudo alerta ainda que o problema não é exclusivo da Europa. Nos Estados Unidos, estimativas indicam que fogões a gás são responsáveis por quase 19.000 mortes prematuras todos os anos, levando algumas cidades a proibir novos fogões a gás em edifícios residenciais.
À medida que a evidência científica se acumula, os investigadores defendem que mudar para métodos de cozinhar mais limpos não só protege a saúde, como também reduz emissões e custos com cuidados de saúde.
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