Coimbra
Mais de 3 milhões de euros para obras no Paço das Escolas da Universidade de Coimbra
A Universidade de Coimbra anunciou hoje que vai avançar com obras de “valorização e recuperação” da Sala dos Capelos, Palácio Real e Colégio das Artes, investimento superior a 3,5 milhões de euros e comparticipado por fundos comunitários.
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“A Universidade de Coimbra vai avançar para as maiores obras no Paço das Escolas desde o Estado Novo, depois de ter garantido um importante impulso financeiro para proteger e renovar os edifícios e espaços mais emblemáticos do seu Património Mundial classificado pela UNESCO”, revelou a Universidade, em nota divulgada hoje.
Segundo a mesma fonte, a candidatura vocacionada para a valorização e recuperação de Sala dos Capelos, Palácio Real e Colégio das Artes “foi aprovada para receber três milhões de euros” no âmbito do programa Centro 2020 financiado pela União Europeia. Com arranque previsto para inícios de 2019, as obras “devem ficar concluídas até final de 2020”, segundo estimativas da Universidade.
“Este será o maior investimento em termos de obras realizadas no Paço das Escolas (em volume e extensão de intervenção) desde a destruição da Alta e construção dos novos edifícios universitários pelo Estado Novo, realizadas durante um largo período e que abrangeu as décadas de 40 a 60 do século passado”, refere a Universidade.
O projeto de valorização e recuperação foi elaborado pela própria Universidade, “dada a sua complexidade”, sob orientação direta do vice-reitor e arquiteto Vítor Murtinho.
Elaborado de 2014 a 2017, o projeto tem como “objetivos fundamentais” a preservação do edifício do Palácio Real no Paço das Escolas, eliminando as causas de degradação do património integrado e móvel, onde se incluem tetos policromados, revestimento azulejar, telas pintadas, entre outros.
Estão previstos trabalhos de recuperação das coberturas e fachadas da Sala dos Capelos e do Paço Real, várias salas de aula da Faculdade de Direito, iluminação exterior do Pátio das Escolas e manutenção, conservação e restauro de painéis azulejares, mobiliário fixo, bem como diversos elementos de sombreamento e proteção solar.
O projeto foca-se ainda em ações de conservação, de restauro e de aumento do conforto dos utilizadores destes espaços (nomeadamente, a nível térmico e acústico).
A intervenção insere-se na estratégia de salvaguarda do património histórico edificado da Universidade de Coimbra que levou a que, na última década, fossem realizadas outras obras de reabilitação na Via Latina, Escadas de Minerva, Pátio das Escolas, Porta Férrea, Capela de S. Miguel e Biblioteca Joanina.
Implica um investimento superior a 3,5 milhões de euros (que receberá uma comparticipação do FEDER de 85%). A componente nacional é assegurada pelas receitas próprias da Universidade de Coimbra provenientes do turismo.
“Este ambicioso projeto pretende dar continuidade a uma política sustentada de reabilitação e de manutenção do parque edificado classificado como Património Mundial, mas que se mantém no pleno uso das suas funções académicas e universitárias”, afirma o vice-reitor Vítor Murtinho, perspetivando uma clara “melhoria das condições de funcionamento da Faculdade de Direito”, principalmente a nível térmico e acústico.
A Universidade de Coimbra revela também que pretende ainda realizar ações de conservação e restauro dos portais da Capela de S. Miguel, do átrio da Capela, do colégio de S. Pedro e dos grupos escultóricos do Largo da Porta Férrea (completando assim as obras e projetos já iniciados), assim como deixar o Pátio das Escolas com uma nova imagem noturna.
“Ao nível do aspeto urbano exterior está prevista a implementação de um ambicioso projeto de iluminação monumental, com soluções sustentáveis, que irá mudar a imagem panorâmica do Paço das Escolas quando visto do outro lado da cidade”, resume Vítor Murtinho.
O vice-reitor acrescenta que está também programada a reabilitação de vários espaços do Colégio das Artes, “tendo em vista a melhoria de funcionamento do Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia”, que lá está sediado.
Todos os locais englobados neste projeto são monumentos nacionais e inserem-se na área da Universidade de Coimbra classificada como Património Mundial pela UNESCO em junho de 2013.
“Este conjunto de intervenções vai permitir que aquele importante conjunto monumental possa desempenhar, ainda melhor e com mais dignidade, o papel que muito justamente a UNESCO lhe reconheceu”, conclui Vítor Murtinho.
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