Portugal

Maioria das medidas previstas no Estatuto da Agricultura Familiar por concretizar

Notícias de Coimbra com Lusa | 4 anos atrás em 09-08-2021

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) recordou hoje, três anos após a entrada em vigor do Estatuto da Agricultura Familiar (EAF), que “a maioria das medidas previstas” na legislação continua por concretizar.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

publicidade
publicidade

“Passados três anos, sempre cheios de promessas, verifica-se que a maioria das medidas previstas no Estatuto, e que envolvem competências de dez ministérios, continua por concretizar, incluindo algumas das mais estruturantes”, pode ler-se num comunicado hoje emitido pela CNA.

PUBLICIDADE

O texto, que assinala a entrada em vigor do estatuto em 07 de agosto de 2018, recorda que algumas das medidas por concretizar são a “efetivação de um regime de segurança social próprio, de um regime fiscal adequado (que inclua a possibilidade dos pequenos produtores venderem em feiras e mercados sem necessidade de estarem coletados), a prioridade no abastecimento público, ou o acesso prioritário à terra”.

“Apesar de algumas medidas já contemplarem o Estatuto, estas têm pecado por escassas ou por ineficazes, como é o caso da ponderação de 3% na seleção para fornecimento de bens alimentares a estruturas públicas, quando mais de metade da ponderação continua a assentar no preço”, assinala ainda a CNA.

A confederação salienta ainda que “o próprio acesso ao Estatuto continua marcado por dificuldades e desajustamentos burocráticos”, apesar de, segundo a CNA, “quando o Estatuto se traduz em medidas e critérios que fazem a diferença (como aconteceu na medida de apoio à renovação dos tratores), existir adesão por parte dos agricultores”.

A confederação assinala ainda que “tem vindo a colocar, a reiterar e a discutir as suas propostas com o Governo”, insistindo ser necessário concretizá-lo, “mais do que alterá-lo”, embora “a ministra da Agricultura insista na revisão”.

Segundo a CNA, o Governo “tem inexplicavelmente protelado a concretização destas medidas de tão grande alcance para a Agricultura Familiar”.

“Neste contexto, o sr. primeiro-ministro continua sem receber a CNA em audiência, apesar de reiterados pedidos, e apesar da concretização do Estatuto dizer respeito a vários ministérios”, referem os agricultores.

A CNA considera ainda “indispensável melhorar as condições de reconhecimento dos pequenos e médios agricultores para o acesso ao EAF e a implementação de um programa específico de investimento e promoção da Agricultura Familiar, integrado no PEPAC [Plano Estratégico da Politica Agrícola Comum] e com investimento nacional contemplado no Orçamento do Estado de 2022”.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE